Exposição 'Objetos Poéticos' encanta público na Folia Literária e celebra a força simbólica das máscaras de Mazagão Velho
A mostra foi idealizada pelo professor de teatro, arte-educador, ator, diretor e palhaço Mauro Santos, que transformou tradição em arte contemporânea.

A exposição “Objetos Poéticos”, instalada na 3ª Folia Literária Internacional do Amapá – 2025, foi um dos grandes destaques do evento. Com um olhar sensível sobre a cultura e a ancestralidade, a mostra convidou o público a mergulhar no universo simbólico das máscaras de Mazagão Velho, elemento central da Festividade Tradicional de São Tiago.
A iniciativa do autor da obra nasceu do desejo de compartilhar com os visitantes os desdobramentos da pesquisa, iniciada em 2018, durante a passagem pelo Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Amapá (Unifap). A proposta encantou o público pela maneira como uniu arte, história e identidade, promovendo um encontro entre tradição e contemporaneidade.
As obras apresentadas reinterpretam as técnicas e expressões das máscaras tradicionais, revelando o poder narrativo desses objetos, que atravessam o tempo e o espaço, mantendo viva a memória e a força simbólica das manifestações culturais de Mazagão Velho.
De acordo com Mauro Santos, idealizador da mostra, o projeto é um gesto de reconhecimento e resistência cultural.
“As máscaras de Mazagão não são apenas adereços festivos, são vozes ancestrais que falam através da arte. Nosso objetivo foi transformar essa herança em experiência pedagógica e artística, sem perder o vínculo com as origens populares. Estar aqui foi muito emocionante, pois a obra pôde atender a todos os públicos, especialmente as pessoas com deficiência visual. A exposição cumpriu verdadeiramente o papel social”, destacou o criador do espaço.

As máscaras expostas exibem feições múltiplas, algumas deformadas, outras inspiradas em animais, que remetem tanto à expressividade teatral quanto às antigas máscaras de guerra usadas pelos Mouros. Ao longo do tempo, essas representações foram ressignificadas nas celebrações do distrito, assumindo um papel essencial na teatralidade amapaense.

Durante a visitação, o público reagiu com curiosidade e emoção. A médica Joyce Oliveira, uma das visitantes, afirmou ter se surpreendido com a exposição. Ela e os filhos gostaram tanto que fizeram um registro no local.
“Achei muito interessante esse espaço e a Folia como um todo. Trouxe meus filhos porque incentivo bastante a leitura e novos conhecimentos. Eles não têm celular justamente para desenvolver esse gosto pela arte, pela leitura, pela literatura. Sem dúvidas, vamos voltar para casa com mais esse aprendizado. Muito importante”, disse a médica.

A dona de casa Janaína Moraes também aproveitou o momento em família para conhecer mais sobre a tradição:
“A gente sempre ouviu falar do baile de máscaras da festa de São Tiago, mas eu nunca imaginei que as máscaras fossem assim. Parecem feitas à mão. Achei muito interessante e importante repassar essas informações para as crianças também”, contou.
Mais do que uma simples exposição, “Objetos Poéticos” teve como objetivo reafirmar a importância da arte como ferramenta de preservação da memória coletiva e de afirmação identitária. A mostra acompanha o movimento vivo das tradições que a inspiraram e prova que a poesia também pode habitar o barro, o papel, a pintura e as formas.

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