Casais homoafetivos celebram união em cerimônia afro-religiosa histórica no Encontro dos Tambores, apoiado pelo Governo do Estado
Primeiro casamento comunitário afro-religioso do Norte do Brasil reúne amor, ancestralidade e representatividade.
No auditório do Centro de Cultura Negra do Amapá (CCNA), a energia do axé e a emoção marcaram a tarde desta quarta-feira, 26, quando quinze casais oficializaram suas uniões no primeiro casamento comunitário afro-religioso do Amapá e do Norte do Brasil, celebrado durante a programação do 30º Encontro dos Tambores, apoiado pelo Governo do Estado. Entre eles, dois casais homoafetivos protagonizaram momentos de grande simbolismo para a comunidade LGBTQIA+ e para as tradições de matriz africana.
Diane, de 32 anos, aguardava a cerimônia ao lado da noiva, Ronise Mescolto, com quem divide 12 anos de relacionamento. Adeptas da Umbanda, elas viram no ritual uma chance única de formalizar o amor que já carregam na vida e na fé. Para Diane, participar do casamento coletivo com outros casais tornou o momento ainda mais especial.
“Foi maravilhoso. Era exatamente o que precisávamos para oficializar nosso casamento, tanto no religioso quanto no civil. Vivenciar isso ao lado de pessoas que compartilham da mesma espiritualidade nos fortalece”, contou.
A mesma sensação de pertencimento envolveu o casal Junior Nery e Romário Reis, juntos há quatro anos e dois meses. Para eles, celebrar a união na primeira cerimônia do tipo na região norte, e segunda do país, foi um marco histórico para toda a comunidade afro-religiosa.
“É uma oportunidade fantástica. Celebramos o amor, o companheirismo e também a união com nossos irmãos de santo e irmãos de axé. Esse momento significa nos firmar como casal e dentro da nossa espiritualidade”, destacaram.
A cerimônia, conduzida pelos sacerdotes Pai Joelson Alencar – Babá Odéojederam, e Pai Wagner Santos – Babá Danbussualê, foi marcada por cantigas, bênçãos e a força ancestral que guia o Encontro dos Tambores, realizado pela União dos Negros do Amapá (UNA), com apoio do Governo do Estado do Amapá.
Mais que um ato formal, o casamento comunitário reforçou a diversidade, o acolhimento e a potência da fé afro-amapaense, ampliando os caminhos de reconhecimento e representatividade dentro das tradições de matriz africana. Para os casais, o dia ficará marcado como a celebração de um amor que também é resistência e afirmação.
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