III Jornadas Pretas nas Ciências celebra saberes, artes e protagonismos
Pelo terceiro ano consecutivo, a UEAP celebra o Mês da Consciência Negra, reunindo pesquisadores e cientistas negros para discutir trajetórias, representatividade e espaço na academia.
O campus da Universidade do Estado do Amapá (UEAP) foi palco de um evento de grande relevância acadêmica nos dias 10 e 11 de novembro. As III Jornadas Pretas nas Ciências: Saberes, Lutas e Protagonismos, realizadas pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) da UEAP, cumpriram o objetivo de celebrar e valorizar os vastos conhecimentos produzidos por pessoas negras, dando visibilidade as trajetórias, lutas e contribuições inestimáveis para a ciência e a sociedade brasileira.
A iniciativa reuniu a comunidade acadêmica e o público em dois dias intensos de palestras, exposições, mesas temáticas, apresentações orais, lançamentos de livros, apresentações culturais e sessão de autógrafos, consolidando-se como um espaço essencial para o reconhecimento e a promoção da equidade racial na produção científica.
“Essa é a terceira vez que realizamos as Jornadas Negras nas Ciências, um evento criado para mostrar, neste Mês da Consciência Negra, que a ciência é algo universal. Ainda assim, vemos pouca representatividade de cientistas negros, mesmo estando em um estado onde a maioria da população é parda ou negra. Queremos dar visibilidade a artistas, pesquisadores e cientistas da comunidade negra amapaense, para poderem ter voz e espaço dentro da academia”, explicou Marcela Videira, vice-reitora da UEAP.
Destaque da Abertura
A programação do primeiro dia iniciou às 17h, com a mesa de abertura conduzida pela cerimonialista e docente Leslie Jovana, marcando o tom de celebração e reflexão do evento.
O ponto alto da noite foi a Mesa Master, realizada das 18h às 20h, com o tema “Escritas de Existência: Arte, Literatura & Resistência Negra na Amazônia”. Os palestrantes Zé Miguel e Jéssica Thais conduziram o público por uma profunda discussão sobre a produção intelectual e artística como ferramenta de resistência e afirmação da identidade negra na região amazônica.
“Pensamos na forma como nossas trajetórias se consolidam aqui no Amapá e decidimos propor uma conversa sobre a escrita, sobre como a arte, em suas diversas faces, tem posicionado e emancipado pessoas negras no estado”, afirmou Jéssica Thais, estudante do curso de Teatro da Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Dramaturga e pesquisadora, Jéssica contou que uma de suas principais inspirações é o também dramaturgo Abdias do Nascimento (1914–2011), que trouxe ao Brasil o protagonismo negro na dramaturgia com o Teatro Experimental do Negro (TEN), companhia pioneira que revelou grandes nomes, como Ruth de Souza, Haroldo Costa e Léa Garcia.
A noite foi encerrada com chave de ouro: uma emocionante apresentação cultural do músico Osmar Júnior, das 20h às 21h, seguida por um momento de confraternização durante o coffee break.
As III Jornadas Pretas nas Ciências continuaram no dia seguinte, com apresentações de resumos científicos, palestras e atividades culturais, reforçando a importância do debate e da visibilidade da produção científica negra. O evento reafirmou o compromisso da UEAP, por meio do NEABI, com uma educação antirracista, inclusiva e socialmente transformadora.
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