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ACIDENTES GRAVES

Governo do Amapá alerta para riscos e reforça importância da prevenção sobre queimaduras por choque elétrico

Entre janeiro e julho de 2025, o Centro de Tratamento de Queimados do Hospital de Emergência de Macapá registrou 10 casos, contra quatro ocorridos no segundo semestre de 2024.

Por Júnior Nery
22/10/2025 09h25
CTQ registra aumento considerável dos casos de choque elétrico entre o segundo semestre do ano passado e os seis primeiros meses de 2025

O Governo do Amapá faz um alerta para o aumento dos casos de queimaduras provocadas por choque elétrico no estado. De acordo com levantamento do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), no Hospital de Emergência (HE) de Macapá, entre janeiro a julho de 2025 foram registrados 10 atendimentos desse tipo de acidente, número mais que três vezes maior que o contabilizado em todo o segundo semestre de 2024, quando ocorreram apenas quatro casos.

Diante dos índices, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a necessidade de cuidado para a gravidade dessas ocorrências. Dois pacientes seguem internados no CTQ com amputações de membros causadas pela descarga elétrica. A maioria dos acidentes é relacionada a situações de trabalho ou manipulação indevida de fios de alta tensão, mas também há registros dentro de casa, envolvendo inclusive crianças.

O responsável técnico do CTQ, o enfermeiro Isaac Lucas, explica que esse tipo de queimadura é um dos mais graves, pois afeta não apenas a pele, mas tecidos e órgãos internos.

Isaac Lucas, enfermeito responsável pelo CTQ/HE

“Houve um aumento considerável de queimaduras por choque elétrico, a maioria de alta tensão, com descargas, em torno de 7 mil volts. São casos muito sérios. Quando não mutilam, podem levar à morte”, afirma o profissional.

Acidentes são comuns no trabalho

O enfermeiro ressalta ainda que grande parte dos acidentes é de origem laboral, envolvendo profissionais que manipulam materiais metálicos ou atuam próximos à rede elétrica.

“É importante que as empresas e os trabalhadores sigam as normas de segurança, utilizem os equipamentos de proteção individual e façam uma avaliação prévia da área de risco. Já em casa, o cuidado deve ser redobrado com as crianças. Tivemos um caso de uma criança que sofreu queimaduras ao morder um fio desencapado”, alerta o enfermeiro.

Mesmo com o aumento da demanda, o Centro de Tratamento de Queimados do HE segue preparado para prestar assistência integral aos pacientes. Segundo o enfermeiro, a média de internação desses pacientes é de 47 dias, mas há casos que ultrapassam os 100 dias, por se tratar de um tratamento longo, com várias cirurgias e cuidados intensivos.

Prevenção e cuidado

Entre os pacientes em tratamento está José Borges Farias, de 46 anos, morador de Santana. Ele sofreu uma descarga elétrica ao retornar do trabalho de bicicleta e acabou tendo o dedo mínimo amputado.

José Borges Farias perdeu o dedo mínimo após receber descarga elétrica da rede de alta tensão

“Eu vinha do trabalho, e a última coisa que lembro foi de estar pedalando. Depois, só acordei aqui no hospital, à noite. Ainda estou tentando entender o que aconteceu, mas sou muito grato pela atenção e pelo cuidado de todos aqui. Desde o primeiro dia, fui muito bem tratado”, conta emocionado.

Internado, seu José segue em recuperação e aguarda avaliação médica para novas cirurgias. O caso dele, assim como tantos outros atendidos no HE, reforça a importância da prevenção e do cuidado com a rede elétrica — tanto no ambiente de trabalho quanto em casa.

Cuidado dentro de casa

De janeiro a setembro de 2025, o CTQ registrou 137 atendimentos de diferentes tipos de queimaduras. A maioria é provocada por líquidos quentes, seguidos pelos casos de choque elétrico. As ocorrências domésticas continuam sendo as mais frequentes — e as crianças estão logo atrás dos adultos entre as vítimas.

Os meses de abril e maio de 2025 foram atípicos no registro de ocorrências, totalizando 21 e 20 casos, respectivamente. Este volume é significativamente superior ao dos meses anteriores, quando fevereiro somou 13 pacientes e março, 15 internações. Um aumento de aproximadamente 61,54% entre fevereiro e abril.

Entre as ocorrências graves tratadas na emergência do HE pelo CTQ (Centro de Tratamento de Queimados) está o de escalpelamento. Um caso recente particularmente chocante envolveu uma criança de 10 anos, que teve o crânio exposto após ser atacada por um pitbull..

“Esse caso foi uma ocorrência  atípica. Normalmente, os casos de escalpelamento ocorrem em embarcações, pelo menos aqui no Amapá. A criança está se recuperando bem e logo deve sair de alta médica, para o conforto da família”, detalha o enfermeiro.

O Governo do Amapá reforça o compromisso em manter o atendimento especializado a vítimas de queimaduras e escalpelamento, além promover ações de orientação e prevenção, fundamentais para reduzir os acidentes e salvar vidas.

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ÁREA: Saúde