Economia verde e desenvolvimento social: Amapá avança na finalização do Plano de Sociobioeconomia que será apresentado na COP30
Com respeito às florestas e às pessoas, o projeto de bioeconomia busca fortalecer as cadeias produtivas, gerar emprego e renda, transformando os indicadores sociais em positivos com acesso aos mercados nacional e internacional.

Na reta final de elaboração do Plano Estadual de Apoio à Sociobioeconomia (Peas), o Governo do Amapá promoveu nesta terça-feira, 5, na Câmara de Vereadores no município de Laranjal do Jari, a segunda Oficina de Trabalho para a construção do projeto. O instrumento de gestão é uma política ambiental que fortalece o desenvolvimento sustentável da chamada economia verde, aliada a transformação dos indicadores sociais promovendo melhor qualidade de vida para às pessoas.
A programação, organizada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), reuniu consultores especialistas, representantes das comunidades locais e de vários segmentos, cooperativas, extrativistas, empreendedores, povos tradicionais, ribeirinhos e quilombolas que divididos em grupos debateram a construção dos projetos com foco no uso responsável dos recursos naturais.

A extrativista Luziane Freitas, de 39 anos, presidente da comunidade Quilombo de Taperera da Reserva Extrativista do Rio Cajari, sustenta a família com a produção de frutas, legumes e hortaliças, além da criação de aves. Para ela, o Plano de Sociobioeconomia vai garantir novas oportunidades e ampliação de negócios para as famílias da região.

“O sustento da minha família vem da produção de plantio e criação. O Plano será uma virada de chave na nossa realidade, pois a nossa reserva é rica em biodiversidade, nós temos uma grande variedade de produtos que tendo uma solução de projeto para que possamos escoar a produção em grande escala e ter um selo é muito importante para todas as comunidades e nós ribeirinhos que vivemos na reserva extrativista”, declarou Luziane.
A expansão da bioeconomia no Amapá representa a inserção na economia do futuro que alia sustentabilidade com desenvolvimento social, permitindo que a riqueza da floresta seja usada de forma responsável e inovadora.
A diretora da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force), Collen Lyons, evidencia o potencial das riquezas da amazônia amapaense para o equilíbrio social a partir do mercado de exportação e instalação de indústrias sustentáveis.

“O Plano de Sociobioeconomia envolve um tipo de desenvolvimento que as pessoas daqui estão fazendo há séculos, então o plano define como a gente pode usar os produtos da floresta que podem agregar valor, promovendo o equilíbrio entre preservação e o desenvolvimento econômico e social. Nosso objetivo final é trazer benefícios para às pessoas e para quem vive na floresta que sempre preservou, que preserva e que precisa ser beneficiada”, enfatizou Collen.
Participação na COP30
Com o mapeamento de 11 cadeias produtivas com grande potencial econômico partir de seus ativos ambientais, sendo um valioso atrativo para investidores interessados no chamado negócios verdes, o Peas fará parte das apresentações do Amapá na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a “COP da Amazônia”, que será realizada em novembro.

“Desenvolver o Amapá com sustentabilidade e alavancar os índices socioeconômicos que são muito baixos, é uma determinação do governador Clécio Luís. O Plano de Sociobioeconomia é justamente o reconhecimento da preservação e da sustentabilidade dos potenciais amapaenses com respeito ao meio ambiente, por isso nos reunimos nas oficinas participativas para buscar soluções conforme a realidade da região”, enfatizou o secretário adjunto da Sema, Cássio Lemos.
Durante a 2ª Oficina de Trabalho, consultores e coordenadores técnicos e representantes de associações e comunidades se dividiram em cinco grupos para expor a realidade das principais atividades econômicas da região, tais como, pesca, extrativismo, turismo, agricultura e artesanato. A iniciativa delineou estratégias a partir do desenvolvimento de projetos com soluções para os desafios apresentados.

“Para além da sustentabilidade, o projeto traz geração de emprego e renda para melhor qualidade de vida das pessoas. Essa é uma marca da gestão do governador Clécio comprometida com o desenvolvimento social e econômico, trabalhando de norte a sul do estado de Laranjal do Jari ao Oiapoque se posicionando como a nova fronteira para o desenvolvimento”, complementou Cássio.
Próximos passos
Nesta quarta-feira, 6, as equipes da Sema e de consultores do Plano de Sociobioeconomia seguem em campo com visita técnica na Comunidade Quilombola de São José, Parazinho e na Cachoeira de Santo Antônio, este último é um local de grande potencial turístico no extremo Sul do Amapá.
A última oficina desta etapa será realizada no município de Oiapoque. Em seguida, com os projetos definidos, o Plano será consolidado para apresentação final.
O Plano de Sociobioeconomia
O Plano já passou pela fase de diagnóstico, escuta ativa da população de forma geral, identificação e mapeamento das cadeias produtivas e o potencial econômico desses produtos locais, agora entra na última etapa com a realização de oficinas de trabalho participativas. O projeto conta com a participação de 10 órgãos estaduais, e o apoio da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force) e do Instituto do Clima e Sociedade (ICS).
A proposta do projeto, busca fortalecer as atividades que transformam matéria-prima em produtos, incluindo a abertura de mercado consumidor. A partir das pesquisas realizadas, os indicadores apontam fortes potenciais na cadeia produtiva do açaí, madeira, cacau, pescado, mandioca, óleos fármacos, castanha, plantas medicinais e turismo.
O projeto está alicerçado em uma gestão participativa, que envolve instituições públicas e privadas, organizações da sociedade civil e atores sociais diversos, fortalecendo a democracia ambiental com práticas sustentáveis aliadas ao desenvolvimento econômico e social do Amapá, além de preparar o estado para a transição ecológica mundial.
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