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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Economia verde e desenvolvimento social: Amapá avança na finalização do Plano de Sociobioeconomia que será apresentado na COP30

Com respeito às florestas e às pessoas, o projeto de bioeconomia busca fortalecer as cadeias produtivas, gerar emprego e renda, transformando os indicadores sociais em positivos com acesso aos mercados nacional e internacional.

Por Alexandra Flexa
06/08/2025 12h17
2ª Oficina do Plano de Sociobioeconomia encerra em Laranjal do Jari

Na reta final de elaboração do Plano Estadual de Apoio à Sociobioeconomia (Peas), o Governo do Amapá promoveu nesta terça-feira, 5, na Câmara de Vereadores no município de Laranjal do Jari, a segunda Oficina de Trabalho para a construção do projeto. O instrumento de gestão é uma política ambiental que fortalece o desenvolvimento sustentável da chamada economia verde, aliada a transformação dos indicadores sociais promovendo melhor qualidade de vida para às pessoas.

A programação, organizada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), reuniu consultores especialistas, representantes das comunidades locais e de vários segmentos, cooperativas, extrativistas, empreendedores, povos tradicionais, ribeirinhos e quilombolas que divididos em grupos debateram a construção dos projetos com foco no uso responsável dos recursos naturais.

Encontro reuniu consultores especialistas, representantes das comunidades locais e de vários segmentos

A extrativista Luziane Freitas, de 39 anos, presidente da comunidade Quilombo de Taperera da Reserva Extrativista do Rio Cajari, sustenta a família com a produção de frutas, legumes e hortaliças, além da criação de aves. Para ela, o Plano de Sociobioeconomia vai garantir novas oportunidades e ampliação de negócios para as famílias da região. 

Luziane Freitas, presidente da Associação Extrativista da Comunidade do Quilombo Taperera do Rio Cajari

“O sustento da minha família vem da produção de plantio e criação. O Plano será uma virada de chave na nossa realidade, pois a nossa reserva é rica em biodiversidade, nós temos uma grande variedade de produtos que tendo uma solução de projeto para que possamos escoar a produção em grande escala e ter um selo é muito importante para todas as comunidades e nós ribeirinhos que vivemos na reserva extrativista”, declarou Luziane.

A expansão da bioeconomia no Amapá representa a inserção na economia do futuro que alia sustentabilidade com desenvolvimento social, permitindo que a riqueza da floresta seja usada de forma responsável e inovadora.

A diretora da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force), Collen Lyons, evidencia o potencial das riquezas da amazônia amapaense para o equilíbrio social a partir do mercado de exportação e instalação de indústrias sustentáveis. 

Collen Lyons, diretora da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force)

“O Plano de Sociobioeconomia envolve um tipo de desenvolvimento que as pessoas daqui estão fazendo há séculos, então o plano define como a gente pode usar os produtos da floresta que podem agregar valor, promovendo o equilíbrio entre preservação e o desenvolvimento econômico e social. Nosso objetivo final é trazer benefícios para às pessoas e para quem vive na floresta que sempre preservou, que preserva e que precisa ser beneficiada”, enfatizou Collen.

Participação na COP30

Com o mapeamento de 11 cadeias produtivas com grande potencial econômico partir de seus ativos ambientais, sendo um valioso atrativo para investidores interessados no chamado negócios verdes, o Peas fará parte das apresentações do Amapá na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a “COP da Amazônia”, que será realizada em novembro.

Cássio Lemos, secretário adjunto da Sema e Eliá Conrado, Vice-Prefeito de Laranjal do Jari

“Desenvolver o Amapá com sustentabilidade e alavancar os índices socioeconômicos que são muito baixos, é uma determinação do governador Clécio Luís. O Plano de Sociobioeconomia é justamente o reconhecimento da preservação e da sustentabilidade dos potenciais amapaenses com respeito ao meio ambiente, por isso nos reunimos nas oficinas participativas para buscar soluções conforme a realidade da região”, enfatizou o secretário adjunto da Sema, Cássio Lemos.

Durante a 2ª Oficina de Trabalho, consultores e coordenadores técnicos e representantes de associações e comunidades se dividiram em cinco grupos para expor a realidade das principais atividades econômicas da região, tais como, pesca, extrativismo, turismo, agricultura e artesanato. A iniciativa delineou estratégias a partir do desenvolvimento de projetos com soluções para os desafios apresentados.

Secretário adjunto da Sema, Cássio Lemos

“Para além da sustentabilidade, o projeto traz geração de emprego e renda para melhor qualidade de vida das pessoas. Essa é uma marca da gestão do governador Clécio comprometida com o desenvolvimento social e econômico, trabalhando de norte a sul do estado de Laranjal do Jari ao Oiapoque se posicionando como a nova fronteira para o desenvolvimento”, complementou Cássio.

Próximos passos

Nesta quarta-feira, 6, as equipes da Sema e de consultores do Plano de Sociobioeconomia seguem em campo com visita técnica na Comunidade Quilombola de São José, Parazinho e na Cachoeira de Santo Antônio, este último é um local de grande potencial turístico no extremo Sul do Amapá.

A última oficina desta etapa será realizada no município de Oiapoque. Em seguida, com os projetos definidos, o Plano será consolidado para apresentação final.

O Plano de Sociobioeconomia

O Plano já passou pela fase de diagnóstico, escuta ativa da população de forma geral, identificação e mapeamento das cadeias produtivas e o potencial econômico desses produtos locais, agora entra na última etapa com a realização de oficinas de trabalho participativas. O projeto conta com a participação de 10 órgãos estaduais, e o apoio da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force) e do Instituto do Clima e Sociedade (ICS).

A proposta do projeto, busca fortalecer as atividades que transformam matéria-prima em produtos, incluindo a abertura de mercado consumidor. A partir das pesquisas realizadas, os indicadores apontam fortes potenciais na cadeia produtiva do açaí, madeira, cacau, pescado, mandioca, óleos fármacos, castanha, plantas medicinais e turismo.

O projeto está alicerçado em uma gestão participativa, que envolve instituições públicas e privadas, organizações da sociedade civil e atores sociais diversos, fortalecendo a democracia ambiental com práticas sustentáveis aliadas ao desenvolvimento econômico e social do Amapá, além de preparar o estado para a transição ecológica mundial.

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