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MERCADO DE CARBONO

Junho Verde: workshop sobre mercado de carbono encerra 28ª reunião do Fórum de Mudanças Climáticas no Amapá

Evento reuniu povos tradicionais, indígenas, pesquisadores, gestores públicos, organizações não governamentais e instituições para debater oportunidades econômicas aliadas à conservação.

Por Alexandra Flexa
25/06/2025 11h19
Atividade integrou a campanha Junho Verde, promovida pelo Governo do Amapá

A programação de debates da 28ª Reunião Ordinária do Fórum Amapaense de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais (Famcsa), foi encerrada nesta terça-feira, 24, com o workshop “Amapá e o Mercado de Carbono: Construindo Soluções para a Realidade Amapaense”, no Museu Sacaca, em Macapá. A atividade integrou a campanha Junho Verde, promovida pelo Governo do Amapá por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

O encontro reuniu representantes do Ministério do Meio Ambiente, Forest Trends – Greendata, lideranças comunitárias, povos indígenas, organizações não governamentais, gestores públicos e pesquisadores. O objetivo foi debater o potencial do Amapá no mercado de carbono, seus impactos econômicos e sociais e os mecanismos de financiamento climático que podem fortalecer políticas públicas ambientais no estado.

Encontro reuniu lideranças comunitárias, povos indígenas, organizações não governamentais, gestores públicos e pesquisadores

Durante o workshop, especialistas abordaram três modalidades de mercado de carbono — privado, jurisdicional e FLD — com destaque para o potencial de estados com alta cobertura florestal, como o Amapá. Segundo Nicia Coutinho, diretora da Forest Trends e presidente da Greendata no Brasil, o estado reúne condições estratégicas para gerar créditos de carbono a partir de seus ativos florestais.

Nicia Coutinho, diretora da Forest Trends e presidente da Greendata no Brasil

“Apresentamos como o mercado funciona na prática e como pode ser um instrumento para promover a conservação e fortalecer as políticas ambientais estaduais. O Amapá é um dos estados mais preservados do país e isso precisa ser convertido em oportunidade com responsabilidade”, afirmou Nicia.

A participação ativa dos povos tradicionais foi um dos destaques do evento. Dalton Karipuna, liderança do povo Karipuna do Oiapoque, reforçou a importância da proteção dos territórios:

“Acompanhar essas discussões é fundamental. O mercado de carbono traz oportunidades, mas também precisamos garantir que nossas florestas e comunidades sejam respeitadas e protegidas”, declarou.

Liderança do povo Karipuna do Oiapoque, Dalton Karipuna

A coordenadora-geral de Instrumentos Econômicos para o Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mariane Nardi, destacou que o Amapá precisa se preparar institucionalmente para esse novo cenário.

Mariane Nardi, coordenadora-geral de Instrumentos Econômicos para o Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente

“Mesmo sem um programa jurisdicional regulamentado, o estado já está se posicionando para aproveitar as oportunidades que surgirão. A preparação de instituições como a Sema, o Rurap e a Amapá Terras é essencial para estruturar essa nova agenda”, disse.

Além do debate técnico sobre o mercado de carbono, o workshop também abordou a Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA). Os encaminhamentos do Famcsa servirão de base para propostas que o Amapá apresentará no evento internacional.

O diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema, Marcos Almeida, destacou que o Amapá tem protagonizado uma agenda positiva de conservação dos ativos ambientais e está preparado para apresentar suas experiências exitosas na COP 30 a COP da Amazônia:

Marcos Almeida, diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema

“O Amapá tem se destacado como uma das unidades federativas com maior cobertura vegetal preservada do país. Isso nos dá legitimidade para ocupar espaço no debate global sobre soluções climáticas, e reforça nosso compromisso com políticas públicas voltadas à bioeconomia, serviços ambientais e ao mercado de carbono”, ressaltou Marcos Almeida.

Sobre o Famcsa

Criado em 2013, o Fórum Amapaense de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais é uma instância de participação social vinculada ao Sistema Estadual do Clima e de Incentivo aos Serviços Ambientais (SECISA). Faz parte da Política Estadual de Mudanças Climáticas, Conservação e Incentivos aos Serviços Ambientais (PECISA), com a missão de articular ações entre sociedade civil, academia, setor público e comunidades tradicionais para o enfrentamento da crise climática e a promoção da sustentabilidade no estado.

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