Junho Verde: workshop sobre mercado de carbono encerra 28ª reunião do Fórum de Mudanças Climáticas no Amapá
Evento reuniu povos tradicionais, indígenas, pesquisadores, gestores públicos, organizações não governamentais e instituições para debater oportunidades econômicas aliadas à conservação.

A programação de debates da 28ª Reunião Ordinária do Fórum Amapaense de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais (Famcsa), foi encerrada nesta terça-feira, 24, com o workshop “Amapá e o Mercado de Carbono: Construindo Soluções para a Realidade Amapaense”, no Museu Sacaca, em Macapá. A atividade integrou a campanha Junho Verde, promovida pelo Governo do Amapá por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
O encontro reuniu representantes do Ministério do Meio Ambiente, Forest Trends – Greendata, lideranças comunitárias, povos indígenas, organizações não governamentais, gestores públicos e pesquisadores. O objetivo foi debater o potencial do Amapá no mercado de carbono, seus impactos econômicos e sociais e os mecanismos de financiamento climático que podem fortalecer políticas públicas ambientais no estado.

Durante o workshop, especialistas abordaram três modalidades de mercado de carbono — privado, jurisdicional e FLD — com destaque para o potencial de estados com alta cobertura florestal, como o Amapá. Segundo Nicia Coutinho, diretora da Forest Trends e presidente da Greendata no Brasil, o estado reúne condições estratégicas para gerar créditos de carbono a partir de seus ativos florestais.

“Apresentamos como o mercado funciona na prática e como pode ser um instrumento para promover a conservação e fortalecer as políticas ambientais estaduais. O Amapá é um dos estados mais preservados do país e isso precisa ser convertido em oportunidade com responsabilidade”, afirmou Nicia.
A participação ativa dos povos tradicionais foi um dos destaques do evento. Dalton Karipuna, liderança do povo Karipuna do Oiapoque, reforçou a importância da proteção dos territórios:
“Acompanhar essas discussões é fundamental. O mercado de carbono traz oportunidades, mas também precisamos garantir que nossas florestas e comunidades sejam respeitadas e protegidas”, declarou.

A coordenadora-geral de Instrumentos Econômicos para o Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mariane Nardi, destacou que o Amapá precisa se preparar institucionalmente para esse novo cenário.

“Mesmo sem um programa jurisdicional regulamentado, o estado já está se posicionando para aproveitar as oportunidades que surgirão. A preparação de instituições como a Sema, o Rurap e a Amapá Terras é essencial para estruturar essa nova agenda”, disse.
Além do debate técnico sobre o mercado de carbono, o workshop também abordou a Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA). Os encaminhamentos do Famcsa servirão de base para propostas que o Amapá apresentará no evento internacional.
O diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema, Marcos Almeida, destacou que o Amapá tem protagonizado uma agenda positiva de conservação dos ativos ambientais e está preparado para apresentar suas experiências exitosas na COP 30 a COP da Amazônia:

“O Amapá tem se destacado como uma das unidades federativas com maior cobertura vegetal preservada do país. Isso nos dá legitimidade para ocupar espaço no debate global sobre soluções climáticas, e reforça nosso compromisso com políticas públicas voltadas à bioeconomia, serviços ambientais e ao mercado de carbono”, ressaltou Marcos Almeida.
Sobre o Famcsa
Criado em 2013, o Fórum Amapaense de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais é uma instância de participação social vinculada ao Sistema Estadual do Clima e de Incentivo aos Serviços Ambientais (SECISA). Faz parte da Política Estadual de Mudanças Climáticas, Conservação e Incentivos aos Serviços Ambientais (PECISA), com a missão de articular ações entre sociedade civil, academia, setor público e comunidades tradicionais para o enfrentamento da crise climática e a promoção da sustentabilidade no estado.
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