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DOENÇA SAZONAL

Gripe, resfriado ou SRAG? Saiba como identificar e prevenir doenças respiratórias no inverno amazônico

O Governo do Amapá decretou situação de emergência em saúde pública após o aumento de síndromes gripais e respiratórias graves, especialmente em crianças.

Por Karla Marques
28/05/2025 09h20
Governo do Amapá decretou situação de emergência em saúde pública após 100% de ocupação dos leitos no HCA/PAI

Com o inverno amazônico, aumentam os casos de infecções respiratórias, principalmente em crianças. A alta demanda na rede hospitalar fez com que o Governo do Amapá decretasse situação de emergência em saúde pública. Sintomas como tosse, febre e coriza podem parecer os mesmos, mas é importante saber a diferença entre um resfriado comum, uma gripe ou uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Pediatra Cleison Brasão, responsável técnico do PAI

Segundo o pediatra Cleison Brazão, responsável técnico do Pronto Atendimento Infantil (PAI), a maioria dos casos atuais tem como agente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que em crianças pequenas pode evoluir rapidamente para quadros graves.

"O que vai determinar a gravidade da evolução é o estado nutricional da criança, a imunidade, o histórico vacinal e os cuidados que os pais estão tendo em casa, como a higiene das vias aéreas e a alimentação", explica o médico. 

Só em maio, até a terça-feira, 20, o PAI já havia realizado 3.389 atendimentos, cerca de 200 por dia. Atualmente, o pronto atendimento tem 10 crianças com SRAG aguardando leitos clínicos e 2 à espera de vaga na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). No Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), 28 pacientes estão internados por síndromes respiratórias aguda grave, outros 18 estão na UTI pediátrica.

Como diferenciar?

  • Resfriado comum: coriza, congestão nasal, tosse leve e ausência de febre alta.
  • Gripe: febre alta, dores no corpo, mal-estar intenso e tosse persistente.
  • Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)/pneumonia: febre prolongada, falta de ar, dor no peito, chiado, tosse com secreção. Em casos graves, há sinais como retração no tórax, batimento das narinas e cansaço extremo.
Nos recém-nascidos e crianças com menos de 1 ano, a bronquiolite é uma das doenças mais frequentes

 Quando procurar atendimento médico?

Se a criança apresenta cansaço, dificuldade para se alimentar ou brincar, além de esforço para respirar — visível ao levantar a camisa e observar o movimento no tórax e abdômen — deve ser levada imediatamente ao hospital. Nos recém-nascidos e crianças com menos de 1 ano, a bronquiolite é uma das doenças mais frequentes.

"Batimento de asa de nariz, afundamento abaixo das costelas ou entre as costelas são sinais de alerta. Não é para tratar em casa”, reforça Brazão.

Mãe de um bebê de 6 meses de vida, Edgleuma Lima saiu de casa, no bairro Buritizal, direto para o Pronto Atendimento Infantil quando percebeu que a filha estava piorando da gripe. Os sintomas simples estavam evoluindo para um cansaço ao respirar.

"Ela estava gripadinha, mas aí ficou muito cansadinha. Ficamos preocupados e imediatamente trouxemos ao hospital. Agora, graças a Deus, ela já está melhor. Mas vi outras crianças bem doentinhas, dá um aperto no coração", relata a mãe, emocionada.

Só em maio, o PAI já realizou 3.389 atendimentos, cerca de 200 por dia, a maioria por síndromes gripais e respiratórias

Prevenção faz a diferença!

Algumas medidas que podem prevenir as doenças sazonais: 

  • Vacinação em dia, especialmente contra gripe e pneumococo;
  • Alimentação saudável, evitando açúcar, ultraprocessados e priorizando frutas e fibras;
  • Higienização constante das vias aéreas (lavagem nasal e aerossol);
  • Evitar contato com pessoas gripadas e não levar crianças doentes à escola;
  • Acompanhamento pediátrico regular (puericultura).

A pediatria do PAI também atua na atualização vacinal das crianças internadas. Segundo o médico, muitas das que evoluíram para quadros mais graves estavam com vacinas atrasadas — especialmente contra a pneumonia.

Hoje, diferente de 2024, os casos mais graves concentram-se em bebês de até 1 ano e 6 meses, que ocupam a maioria dos leitos de UTI. Para enfrentar o surto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reorganizou a estrutura do PAI e HCA, reforçou a escala médica e abriu novos leitos.

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ÁREA: Saúde