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TRADIÇÃO E IDENTIDADE

‘A ancestralidade nos une’, diz Carlinhos Brown na retirada dos mastros no Curiaú durante o Ciclo do Marabaixo 2025

Multiartista inicia uma série de visitas pelos barracões onde acontece a programação apoiada pelo Governo do Amapá.

Por Gabriel Penha
24/05/2025 18h03
Retirada dos mastros no Curiaú contou com a presença do Embaixador do Marabaixo, Carlinhos Brown

Foi ao rufar das caixas e ao balançar das bandeiras que os sete grupos culturais receberam o embaixador do Marabaixo, o multiartista Carlinhos Brown, para a retirada dos mastros nas matas do quilombo do Curiaú, na manhã deste sábado, 24. O ritual marca um dos pontos altos da programação do Ciclo do Marabaixo, apoiada pelo Governo do Amapá.

Momento de união e confraternização, a retirada dos mastros reuniu integrantes dos grupos tradicionais Berço do Marabaixo, Raimundo Ladislau, Marabaixo do Pavão, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic), União Folclórica da Campina Grande e Santíssima Trindade de Casa Grande. Além do fazer cultural, há o lado da conscientização ambiental pois, para cada árvore retirada, uma muda da mesma espécie é plantada como uma forma de preservar a natureza e reafirmar o respeito às matas – esse momento foi protagonizado pelas crianças.

FOTOS: com participação de Carlinhos Brown, retirada dos mastros marca rito do Ciclo do Marabaixo 2025, apoiado pelo Governo do Amapá

Carlinhos Brown se juntou aos festeiros na mata do Curiaú

Carlinhos Brown se juntou aos festeiros para adentrar uma área de mata às margens da Rodovia AP-070. Foi onde cada grupo escolheu a árvore para o corte e a posterior confecção de um dos elementos mais importantes da cultura marabaixeira; o multiartista descreveu o momento como preservação da maior identidade cultural do povo amapaense.

“O Ciclo do marabaixo, com seus sete festeiros, tem um significado enorme para o Brasil, que passa a conhecer melhor o Amapá e sua riqueza histórica e cultural. Passa a conhecer o doutor Sacaca, seus remédios e suas curas, que deixou um legado enorme sobre o conhecimento das ervas e da importância de preservar [a floresta] e as tradições. A ancestralidade nos une e esse momento é prova disso”, destacou Carlinhos Brown.

Diretora-presidente adjunta da Fundação Marabaixo, Laura Silva

O artista inicia uma série de visitas pelos barracões, nas zonas urbana e rural de Macapá, onde acontece a programação do Ciclo. Para a diretora-presidente adjunta da Fundação Marabaixo, Laura Silva, preservar o marabaixo é valorizar a nossa tradição maior e o legado de nossos antepassados.

“O Marabaixo não é só cultura e tradição, mas é também resistência. A resistência de homens e mulheres que doaram suas vidas e através de seus legados nos permitiram chegar até aqui”, refletiu Laura.

Rito marca importante momento no Ciclo do Marabaixo

De acordo com a secretária de Estado da Cultura, Clicia Vieira Di Miceli, investir e apoiar o Ciclo do Marabaixo é um compromisso do Governo do Estado com a preservação, valorização e difusão dessa expressão cultural que representa a identidade e a resistência do povo amapaense.

Secretária de Estado da Cultura, Clicia Vieira Di Micelli

“Cada etapa que compõe a ritualística do Ciclo do Marabaixo, como a tradicional Retirada dos Mastros, é parte indissociável desse patrimônio imaterial do Amapá. Investir e apoiar essa manifestação é, acima de tudo, um compromisso da política de gestão do Governo do Amapá para a preservação, valorização e difusão de uma expressão que traduz a alma, a identidade e a resistência do povo amapaense, que carrega a memória ancestral de comunidades e ao longo dos séculos, mantêm viva essa tradição. Nosso papel é assegurar que essa riqueza cultural continue sendo celebrada, fortalecida e transmitida às futuras gerações”, destacou a gestora.

Ainda neste sábado, as caixas rufam no barracão Berço do Marabaixo, na Favela (bairro Santa Rita). A partir das 17h, o Cortejo do mastro pelas principais vias do bairro. Já no domingo, 25, o cortejo acontece pela manhã nos barracões Mestre Pavão, Azebic, Raimundo Ladislau e Raízes da Favela, com rodas de marabaixo pela noite para coroar e fechar o dia.

Para cada árvore retirada, uma muda da mesma espécie é plantada como uma forma de preservar a natureza e reafirmar o respeito às matas

Ciclo do Marabaixo 2025

Em 2025, o Ciclo do Marabaixo celebra o centenário de Benedita Guilherma Ramos, a "Tia Biló", matriarca do marabaixo do Laguinho, falecida em 2021, aos 96 anos. O investimento recorde para o festejo é de R$ 2,5 milhões, fruto de recursos do Tesouro Estadual e de emenda destinada pelo senador Randolfe Rodrigues.

A programação é realizada pelas famílias tradicionais do Amapá, é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde novembro de 2018. Essa manifestação típica reúne danças de roda, percussão, cantigas que relatam o cotidiano da população quilombola amapaense, somadas às festas do catolicismo popular, e inicia sempre no Sábado de Aleluia e se estende até o domingo seguinte a Corpus Christi, este ano, de 19 de abril a 22 de junho.

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ÁREA: Cultura