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Ciclo do Marabaixo 2025: retirada dos mastros nas matas do Curiaú marca um dos pontos altos da tradicional programação no Amapá

Momento, no sábado, 24, é coroado com ‘marabaixão’, almoço conjunto e rufar das caixas no barracão Raízes da Favela. Governo do Estado apoio o evento.

Por Gabriel Penha
23/05/2025 08h00
Grupos fazem as retiradas dos mastros em área de mata no Curiaú, às margens da Rodovia AP-070

No sábado, 24, acontece um dos pontos altos do "Ciclo do Marabaixo 2025": a retirada dos mastros nas matas da comunidade quilombola do Curiaú, em Macapá. Ao rufar das caixas, no balançar das bandeiras, e com som dos ladrões, como são chamadas as cantigas tradicionais, os grupos que realizam a programação, com apoio do Governo do Amapá, fazem um momento único de interação e confraternização cultural.

A retirada dos mastros é feita pelos grupos tradicionais Berço do Marabaixo, Raimundo Ladislau, Marabaixo do Pavão, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic), União Folclórica da Campina Grande e Santíssima Trindade de Casa Grande. A atividade é um dos principais momentos das celebrações em homenagem ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade e também reforça a conscientização ambiental, pois para cada árvore retirada, uma muda da mesma espécie é plantada como uma forma de preservar a natureza e reafirmar o respeito às matas.

Grupos fazem a retiradas dos mastros em área de mata no Curiaú, às margens da Rodovia AP-070

O ponto escolhido no Curiaú é uma área de mata às margens da Rodovia AP-070, espaço que já recebeu ação de limpeza da Secretaria de Estado de Transportes (Setrap). O momento precede um marabaixo conjunto à beira da estrada, o chamado “marabaixão” e um almoço coletivo para coroar a retirada.

“É um momento para celebrar junto o que temos em comum, que é a força da fé e da tradição que nos unem. Antigamente, essa retirada era feira só por homens. Hoje, isso mudou e os grupos são comandados por mulheres. O mastro fica em frente ao barracão e é o marco de onde acontecem as celebrações, ao Divino e à Santíssima”, destaca a marabaixeira Elísia Congó, do grupo Raízes da Favela.

Grupos fazem as retiradas dos mastros em área de mata no Curiaú, às margens da Rodovia AP-070

Ainda no sábado, as caixas rufam no barracão Berço do Marabaixo, na Favela ( Bairro Santa Rita). A partir das 17h, o Cortejo do mastro pelas principais vias do bairro. Já no domingo, 25, o cortejo acontece pela manhã nos barracões Mestre Pavão, Azebic, Raimundo Ladislau e Raízes da Favela, com rodas de marabaixo pela noite para coroar e fechar o dia.

A diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, destaca o investimento recorde no Ciclo do Marabaixo, em 2025, como parte da política de valorização da gestão do Governo do Estado nas manifestações culturais afro-amapaenses.

“É orientação do governador Clécio Luís ouvir e dialogar com os grupos e segmentos culturais, sempre respeitando a voz e o ponto de vista de seus organizadores. No caso do Ciclo, esse diálogo tem garantido a melhor maneira para o apoio, investimento e valorização da nossa mais autêntica manifestação cultural”, pondera Josilana.

Grupos fazem as retiradas dos mastros em área de mata no Curiaú, às margens da Rodovia AP-070

Central do Ciclo do Marabaixo

Pelo terceiro ano consecutivo, o Governo do Amapá evidenciou a cultura marabaixera com a Central do Ciclo do Marabaixo, espaço montado no Centro de Cultura Negra, no Laguinho, como prévia da grande programação. Durante dois dias, 11 e 12 de abril, o espaço foi a grande vitrine dos fazeres religiosos e culturais do que os grupos realizam nos barracões durante o Ciclo, mostrando os rituais, os elementos, a culinária e a tradicional gengibirra.

Ciclo do Marabaixo 2025

Em 2025, o Ciclo do Marabaixo celebra o centenário de Benedita Guilherma Ramos, a "Tia Biló", matriarca do marabaixo do Laguinho, falecida em 2021, aos 96 anos. O investimento recorde para o festejo é de R$ 2,5 milhões, fruto de recursos do Tesouro Estadual e de emenda destinada pelo senador Randolfe Rodrigues.

A programação é realizada pelas famílias tradicionais do Amapá, é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde novembro de 2018. Essa manifestação típica reúne danças de roda, percussão, cantigas que relatam o cotidiano da população quilombola amapaense, somadas às festas do catolicismo popular, e inicia sempre no Sábado de Aleluia e se estende até o domingo seguinte a Corpus Christi, este ano, de 19 de abril a 22 de junho.

Momento é coroado com marabaixo coletivo às margens da Rodovia AP-070

Para a edição deste ano, a organização anunciou diversas novidades. Entre elas, dois eventos esportivos: uma corrida de rua e um "pedal" que irão percorrer os barracões que realizam a festividade. Ainda estão previstos os lançamentos de uma cartilha, uma revista e um documentário sobre a cultura marabaixeira amapaense.

Outra novidade, é a primeira edição do projeto “Marabaixando entre Versos e Ladrões pelas plataformas digitais: O cantar do Marabaixo, dos tradicionais barracões para o mundo”, uma iniciativa do Governo do Amapá que promoveu a gravação de 16 faixas de "ladrões" de Marabaixo, levando os cantos tradicionais para as principais plataformas de streaming, na internet, e ampliando seu alcance para além dos barracões e rodas culturais.

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ÁREA: Cultura