Governo do Amapá lança aplicativo Guardião Rural para monitorar e combater praga da mandioca
A ferramenta está disponível para celulares Android e em versão web. O cadastro dos agricultores será validado por extensionistas, com base em dados de sistemas oficiais como CAF e CAR.

O Governo do Amapá lançou, na sexta-feira, 3, o aplicativo Guardião Rural, uma plataforma digital desenvolvida pelo Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap). A ferramenta tem como objetivo monitorar e combater a vassoura-de-bruxa da mandioca, doença causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae, considerada atualmente uma das maiores ameaças à cultura da planta no estado.
Registrada recentemente no Brasil, a praga teve os primeiros casos confirmados no Amapá e pode causar perdas de até 100% na produção, comprometendo o desenvolvimento da planta, a formação das raízes e inviabilizando a colheita.
Como funciona o Guardião Rural
O aplicativo está disponível para celulares Android e também em versão web. O cadastro dos agricultores será validado por extensionistas, com base em dados de sistemas oficiais como o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF)) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Com a ferramenta, o produtor pode enviar alertas acompanhados de fotos e geolocalização diretamente do campo. Essas informações permitem que o Rurap ofereça assistência técnica inicial de forma remota e, quando necessário, agende visitas presenciais.

Etapas de atendimento:
- Verificação dos dados, fotos e localização;
- Envio de orientações iniciais;
- Agendamento de visita técnica, se necessário;
- Inclusão do agricultor em programas de assistência estaduais ou federais.
Objetivos e benefícios
O Guardião Rural possibilita o monitoramento em tempo real da evolução da praga no Amapá, permitindo:
- Geração de informações estratégicas em tempo hábil;
- Elaboração de políticas públicas fitossanitárias mais eficazes;
Direcionamento assertivo da assistência técnica; - Segurança e privacidade dos dados, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Para cada público, um benefício:
- Agricultor: rapidez na comunicação de focos da doença e atendimento imediato;
- Extensionistas: diagnósticos iniciais mais precisos, redução de deslocamentos e maior eficiência no trabalho;
- Gestão pública: visão estratégica da dispersão da praga, apoiando decisões com base em dados concretos.
Acesso ao sistema
O aplicativo pode ser acessado por meio do link disponível no site do Rurap. Para começar a utilizá-lo, o agricultor deve realizar o cadastro com dados pessoais e de localização, além de enviar fotos da plantação e de folhas suspeitas de infecção.
Desenvolvimento sem custos
O Guardião Rural foi criado e desenvolvido internamente por servidores do Rurap, sem custos de aquisição de software, representando uma inovação tecnológica a serviço da agricultura familiar amapaense.
Depoimentos
O diretor-presidente do Rurap, Kelson Vaz, destacou a importância da ferramenta:
“Esse aplicativo marca o início de uma nova etapa: o uso de tecnologias que vão auxiliar o trabalho da extensão rural e apoiar os gestores do setor produtivo. Estamos falando de busca ativa dos produtores, de um mapeamento territorial que dará visibilidade a processos de vida que, até aqui, não chegavam com a devida força até os agricultores.”

Para a assessoria técnica da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, Conflitos Agrários, Habitação e Urbanismo (Prodemac), um órgão do Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP), Alcione Cavalcante, a plataforma fortalece a integração entre agricultores, técnicos e sociedade:

“A ferramenta amplia as possibilidades de participação e identificação, não apenas pelos técnicos, mas também pelas lideranças comunitárias e agricultores. Esse modelo nos lembra, por exemplo, a Promotoria Radar Ambiental, que aproxima e engaja coletivamente no controle de doenças e apoio à extensão rural.”
O extensionista agropecuário Caio Fregni reforça que o Guardião Rural é parte de um conjunto maior de ações:
“Temos uma comissão voltada especificamente ao enfrentamento da crise fitossanitária da vassoura-de-bruxa. A primeira medida é a conscientização. O aplicativo é um grande passo, mas também estamos levando informação presencialmente, em feiras, festivais e eventos comunitários, para que o agricultor receba esse conhecimento da melhor forma possível.”

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