'Muitas vezes a gente não sabe para onde ir', diz paciente ao buscar HE de Macapá para acompanhamento básico
Yalanda Pantoja, de 28 anos, esteve no HE há três meses após sofrer uma queda e bater a cabeça, mas não sabia que a continuação do tratamento poderia ser feito nas UBSs.

Cerca de 50% dos casos atendidos no Hospital de Emergência (HE) de Macapá não tem gravidade e poderiam ser resolvidos em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). É o que aponta o serviço de triagem, que estabelece a classificação de risco dos pacientes e estipula quem precisa de socorro imediato, com risco iminente de vida.
O fluxo incorreto sobrecarrega a estrutura e compromete o atendimento de urgência e emergência do HE. Apesar das orientações, os casos de baixa complexidade atendidos ainda são elevados. A paciente Yalanda Pantoja, de 28 anos, é moradora do bairro Novo Buritizal e retornou ao hospital para um acompanhamento simples, após tratar um trauma sofrido na cabeça por uma queda três meses atrás.

“Achei que precisava de um atendimento de urgência, mas o médico me explicou que a UBS poderia me acompanhar melhor. Muitas vezes a gente não sabe para onde ir, só quer atendimento o mais rápido possível. Se houvesse mais facilidade em conseguir consultas na rede básica, muita gente não viria para cá", relatou Yalanda.
Só no primeiro semestre de 2025, entre janeiro e junho, foram mais de 40 mil ocorrências. Desses, 70,5% dos atendimentos foram clínicos, enquanto os casos de trauma representaram 29,5%. O levantamento da triagem do hospital aponta que, diariamente, pacientes com demandas próprias da atenção básica buscam o HE. São casos de:
- Infecção urinária;
- Vômito, náuseas ou insônia;
- Doenças de pele e unha encravada;
- Garganta inflamada;
- Troca de sondas vesicais ou nasogástricas;
- Dor de vesícula leve;
- Renovação de receitas médicas (inclusive de controlados);
- Lavagem de ouvido;
- Suspeita de dengue e realização de testes rápidos;
- Gestantes (que são orientadas a buscar o Hospital da Mulher Mãe Luzia).
“Eu fui trabalhar com muita dor de garganta, por isso vim direto para o hospital. Só depois entendi que poderia ter resolvido mais rápido em alguma UBS perto do trabalho", explicou Idalina Lorranda, de 26 anos, que mora em Santana.

A direção do HE reforça que atendimentos que não apresentam risco imediato devem ser resolvidos nas UBSs e UPAs, mas que o hospital não nega atendimento para quem busca o serviço. A unidade de urgência e emergência tem intensificado campanhas de orientação para que a população saiba identificar em quais casos deve procurar a atenção básica ou a emergência.
“O HE existe para salvar vidas em risco imediato. Mas para que funcione bem, precisamos que cada cidadão entenda seu papel no uso correto da rede de saúde”, concluiu o diretor do HE, Djalma Guedes.

Confira a classificação com base no Protocolo de Manchester:
🔴 Risco vermelho (emergência);
🟠 Risco laranja (muito urgente);
🟡 Risco amarelo (urgente);
🟢 Risco verde (pouco urgente);
🔵 Risco azul (não urgente).
UBS x UPA
Cada tipo de unidade tem um papel específico dentro da rede pública de saúde. As UBSs estão preparadas para consultas, acompanhamento de doenças crônicas, vacinação, testes rápidos e pequenos procedimentos. Já as UPAs funcionam como retaguarda para situações que exigem atendimento mais ágil, mas sem risco iminente de morte.
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