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Amapá comemora os 236 anos da Fortaleza de São José de Macapá

Solenidade reuniu representantes da cultura local como marabaxeiros e capoeiristas; combatentes da antiga Guarda Territorial do Amapá

Por Redação
19/03/2018 14h19

Momento do corte do bolo, que celebrou oficialmente os 236 anos da Fortaleza de São José de MacapáMomento do corte do bolo, que celebrou oficialmente os 236 anos da Fortaleza de São José de Macapá

O Museu Fortaleza de São José de Macapá comemora 236 anos nesta terça-feira, 19. O governo estadual organizou uma série de atividades para celebrar o aniversário do monumento, que é considerado a maior fortificação do Brasil, além de ser um Patrimônio Material Nacional.

A solenidade reuniu representantes da cultura local como marabaxeiros e capoeiristas; estudantes, professores e combatentes da antiga Guarda Territorial do Amapá, instituição que, no passado, foi responsável pela segurança do monumento.

“Estamos aqui para celebrar o aniversário deste monumento que representa a história e a cultura de nosso Estado”, ressaltou o secretário de Estado da Cultura, Dilson Borges. A celebração teve o corte do bolo de aniversário, seguido de apresentações artísticas de teatro, shows musicais, dança, poesia e apresentações de capoeira e marabaixo.

O servidor público Eli Ramos levou a família para visitar a aniversariante. “Hoje é um dia especial, então fiz questão de vir com toda família, mas visitar à Fortaleza é um hábito, porque acredito que é uma forma de valorizar o que é nosso”, explicou Ramos.

Um dos momentos mais marcantes da celebração foi a apresentação de quatro alunas da Escola Estadual Serafim Costaperária. Iasmin Silva, 9 anos, Eloá Yasmin, 9 anos, Ana Maria Gibson, 7 anos e Tainá Oliveira, 9 anos, encantaram a todos ao homenagear o monumento com poesia escrita por elas mesmas.

Eloá era a mais empolgada das crianças. E com razão: ela nasceu no aniversário do forte. “Devemos nos orgulhar da Fortaleza porque nela está parte de nossa história”, ressaltou a pequena, que completou 9 anos de idade.

Ao longo do dia, quem for ao monumento também poderá participar de visitas monitoradas e exposições de quadros. Os visitantes podem tirar dúvidas sobre o monumento com o monitor Hermano Araújo, 66, que é historiador e técnico em Educação Patrimonial. Ele trabalha há 22 anos na fortificação e desenvolve um trabalho chamado “Aprender na Fortaleza”, cujo objetivo é discutir a história da fortificação com estudantes desde a pré-escola até a universidade. Para ele, o forte é uma fonte de conhecimentos.

“Visitar a Fortaleza e conhecer detalhes sobre este monumento é uma verdadeira aula de história do Amapá e do Brasil. Ao conhecer a fortificação, é possível assimilar conceitos, como por exemplo, o de guerra, e aprender sobre equipamentos militares. Sua construção também nos permite entender o processo de mão-de-obra escrava que fez parte da história moderna”, explicou o historiador.

História

O gerente da Fortaleza de São José de Macapá, Francisco Siqueira, explica que o monumento foi erguido pelos portugueses durante o século XVIII e inaugurado em 19 de março de 1782 – mesma data em que se comemora do Dia de São José, padroeiro do Amapá.

 

“Nas antigas fortificações construídas pelo Império Português, utilizava-se o calendário católico e havia o hábito de dar às obras o nome do santo daquele dia, por isso este monumento se chama Fortaleza de São José, é uma homenagem ao santo”, ponderou Siqueira destacando que a construção teve como objetivo proteger a Amazônia de uma possível invasão francesa – que nunca ocorreu.

Contudo, o monumento foi palco da batalha “Red Bull BC One”, uma das maiores disputas de hip-hop “homem a homem”, ocorrida em 2017 com apoio do Governo do Amapá, para fortalecer o movimento no Estado. Na oportunidade, o Iphan impôs algumas limitações para assegurar a preservação do local, como a estipulação do número máximo de 500 pessoas no interior da área e a proibição de qualquer tipo de perfuração nas paredes (horizontal e vertical).

Reconhecimento da Unesco

Devido a sua importância histórica, desde 2015, a Fortaleza integra a Lista Indicativa do Patrimônio Mundial elaborada pelo Iphan e enviada à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco). O documento reúne 19 monumentos históricos brasileiros candidatos ao reconhecimento em 2021. 

A indicação da Fortaleza de São José foi discutida durante uma oficina realizada pelo Iphan em setembro de 2017, no qual estabeleceu-se uma matriz de responsabilidades e um cronograma de trabalho relacionados aos encaminhamentos para a candidatura. Desta forma, desde o ano passado o monumento e seu entorno passam por obras de restauração e revitalização que incluem a parte elétrica, iluminação, revitalização de banheiros, dos espelhos d’água, da casamata, do playground e troca de transformadores. Os recursos somam R$ 3 milhões e são do Tesouro Estadual.

De acordo com Siqueira, o reconhecimento mundial do valor histórico do monumento é de extrema importância para sua preservação. A medida trará maior visibilidade à obra arquitetônica, trazendo benefícios como o fortalecimento da cultura e do turismo local, além de maior inclusão do ensino da história da Fortaleza na rede escolar.

Fortaleza

Localizada em uma área extensa de quase 30 mil metros quadrados à margem esquerda da foz do Rio Amazonas, a Fortaleza de São José é um dos mais antigos pontos turísticos da capital amapaense. Por ano, recebe, em média, 70 mil visitantes. Foi tombado pelo Iphan em 22 de março de 1950, e elevado à categoria de museu em 2007.

A consequência mais marcante da construção da Fortaleza foi a criação e desenvolvimento da Vila de São José de Macapá, que deu origem à capital amapaense. Atualmente, a Fortaleza de São José funciona de terça-feira a domingo, de 9h às 17h.

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