Vibração, cultura e inclusão consolidam encerramento do ano letivo do Centro de Atendimento ao Surdo no Amapá
Evento organizado pelo Governo do Estado reuniu 89 estudantes surdos, familiares e educadores em apresentações da cultura nortista e peças teatrais no Senac, em Macapá.
Mesmo sem ouvir os sons, os alunos sentiram cada batida, cada ritmo e cada emoção. O encerramento do ano letivo do Centro de Atendimento ao Surdo (CAS), promovido pelo Governo do Amapá, foi marcado por alegria, inclusão e sensibilidade nesta quarta-feira, 17, no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em Macapá.
A formatura reuniu 89 estudantes surdos, além de familiares, professores e convidados, em uma programação especial que celebrou a conclusão de mais um ano de aprendizagem. Apresentações da cultura musical do Norte, como carimbó, marabaixo, cacicó e outras, foram interpretadas, com alegria e diversão que envolviam o público, fortalecendo a identidade cultural, a educação bilíngue e a inclusão social.
“Hoje apresentamos uma retrospectiva do nosso trabalho. Optamos por trabalhar a musicalidade e os ritmos da Região Norte para que os alunos conhecessem outros estados, não apenas o Amapá. Cada lugar tem sua dança, sua música, seu estilo, e isso amplia o conhecimento deles”, disse Aparecida Gomes, professora de educação especial do CAS, ressaltando que o projeto pedagógico da instituição vai muito além da sala de aula.
O Centro atua com o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e da língua portuguesa como segunda, sempre com aulas ministradas em Libras.
“Nosso projeto é de alfabetização em Libras e língua portuguesa. Temos professores ouvintes e professores surdos, tanto no turno da manhã quanto da tarde, garantindo uma educação realmente inclusiva”, complementou a professora.
A cerimônia iniciou com a apresentação temática “Uma viagem pela musicalidade da Região Norte”, construída ao longo do segundo semestre letivo. A proposta levou os estudantes a explorarem os estados da Região Norte por meio da cultura, dos ritmos, das danças e dos costumes.
Na sequência, foi encenada pelos alunos, repleta de simbolismo e mensagens de solidariedade, a peça teatral “O Verdadeiro Sentido do Natal”, reforçando valores humanos e sociais que foram trabalhados durante o ano letivo. A exibição trazia uma pergunta simples, a do próprio tema: qual o sentido do Natal? Presentes, árvore enfeitada, solidariedade e outros elementos foram mostrados, até chegar ao que realmente representa: renascimento, celebra o nascimento de Jesus Cristo.
A diretora da instituição, Edinelma Costa, falou do papel estratégico do Centro dentro da política de educação especial do Estado, um trabalho desenvolvido e coordenado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed).
“O Centro de Atendimento ao Surdo é vinculado à Seed e atende desde a educação infantil até a vida adulta, conforme a legislação. Ofertamos o ensino de Libras, da língua portuguesa e também cursos para pessoas ouvintes que desejam aprender a língua de sinais”, pontuou a diretora.
Além do ensino específico, o CAS oferece uma rede de apoio multidisciplinar. A instituição também conta com fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo e assistente social para apoiar famílias em situação de vulnerabilidade.
O ingresso na instituição ocorre por encaminhamento das escolas ou por procura direta das famílias, com avaliação pedagógica e acompanhamento contínuo. O atendimento é realizado no contraturno, complementando o ensino regular.
Parceria com a Unifap fortalece formação docente
O encerramento do ano letivo também evidenciou a importância das parcerias institucionais, como o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), desenvolvido em conjunto com a Universidade Federal do Amapá (Unifap).
O professor de educação inclusiva Helton Souza informou que o programa contribui diretamente para a formação de futuros docentes na área específica.
“O PIBID é um programa federal de incentivo à docência. O CAS é um dos polos que recebe acadêmicos do curso de Letras Libras, que atuam na educação bilíngue de surdos, aprendendo na prática”, frisou o docente.
Os estudantes universitários recebem bolsas e acompanham as atividades pedagógicas, com o objetivo de preparar novos profissionais para atuar na área, fortalecendo o ensino e a inclusão dos atendidos.
Encerramento que celebra inclusão
Mesmo em silêncio sonoro, a comunicação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a expressividade corporal emocionaram o público. Eles não ouviam, mas sentiam a vibração, mostrando que a arte ultrapassa qualquer barreira. Também foram distribuídos brindes e presentes e apresentados vídeos com o significado da data.
Entre sinais, sorrisos e aplausos silenciosos, a cerimônia mostrou que a educação transforma vidas, envolveu a todos os presentes, que sorriam e se divertiam com as apresentações, evidenciando que a inclusão é sentida no coração.
O evento reafirma o compromisso do Governo do Amapá com uma educação pública inclusiva, humanizada e de qualidade, na qual cada estudante é respeitado em sua singularidade. A ação integra o programa estratégico “Educação que Transforma”, já em implantação, que trará novidades efetivas em 2026.
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