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EDUCAÇÃO

‘Oficina de Artesanato Religioso’ promove inclusão, cultura e ancestralidade na Escola Estadual Antônio Castro

Projeto reúne estudantes do 6º ao 9º ano da Escola Estadual Antônio Castro, que produziram peças em cerâmica inspiradas em símbolos africanos e indígenas. Mostra ficará aberta na escola e depois segue para a Casa do Artesão.

Por Breno Pantoja
04/12/2025 14h35
A ação integra o edital n. 003/2024 da PNAB, financiado com recursos da Lei Aldir Blanc, e é conduzida em parceria com o Centro Cultural Maracá

O barro nas mãos transformaram a rotina de 35 estudantes da Escola Estadual Antônio Castro, no bairro Zerão, em Macapá. Ao longo das oficinas de artesanato religioso, os alunos deixaram o celular de lado para experimentar a cerâmica como ferramenta de identidade e ancestralidade, produzindo vasos, urnas e peças inspiradas em grafismos africanos, indígenas e adinkras. As oficinas ministradas por Marcides de Oliveira e a esposa Josi Silva tiveram início no dia 29 de setembro.

No dia 12 de dezembro, a escola realiza a exposição das obras, aberta à comunidade. Depois, as peças seguem para uma temporada de 20 dias na Casa do Artesão, no Centro da capital, ampliando a visibilidade do trabalho desenvolvido pelos estudantes. A ação integra o edital n. 003/2024 da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), financiado com recursos da Lei Aldir Blanc, e é conduzida em parceria com o Centro Cultural Maracá.

Manualidade, identidade e inclusão

A oficina reúne há cerca de 35 anos alunos da instituição do 6° ao 9° ano

A professora de História e facilitadora da oficina, Mikaela Morena, explica que o projeto nasce de uma proposta pedagógica que une educação das relações étnico-raciais, história e reconexão com as raízes amazônicas, africanas e afro-amapaenses.

“Eu pauto o meu ofício por uma questão ontológica voltada à educação das relações étnico-raciais. Acredito muito no reencantamento de si a partir da história indígena, africana e afro-amapaense. A cerâmica é uma tecnologia ancestral, e trabalhar isso com os alunos abre outras possibilidades pedagógicas e sensoriais”, destacou a professora. 

A professora de História e facilitadora da oficina, Mikaela Morena

A educadora relata ainda que estudantes com deficiência participaram das atividades, produzindo peças em alto-relevo para favorecer o tato e a autonomia.

“Ver esses meninos concentrados, com prazer em aprender e criar, é fundamental. A escola é para todos, e o projeto cresceu pelo interesse genuíno deles”, completou Mikaela.

Cultura e aprendizado pelas mãos

Para muitos alunos, o contato com a cerâmica foi pela primeira vez. A estudante Nayane Leonor, de 15 anos, conta que descobriu novas habilidades e se conectou com elementos culturais que não conhecia.

“Eu gostei muito de aprender a fazer vasos e sair mais do celular. Aprendi sobre símbolos adinkras, que eu nem sabia o que eram, e também grafismos africanos. Faz parte da nossa cultura”, relatou a estudante.

A estudante do 9° ano, Nayane Leonor

Valorização da arte e possibilidade de expansão

Durante visita à escola, o secretário de Estado da Educação, Paulo Lemos, destacou a importância da iniciativa e afirmou que a oficina pode se tornar um projeto piloto na rede estadual. O secretário elogiou o trabalho da equipe escolar e parabenizou os estudantes participantes.

“É muito importante ver arte e cultura aqui na escola Antônio Castro. As crianças deixaram o celular de lado por horas para produzir arte e trabalhar com a argila, nosso barro. Vamos estudar a possibilidade de implantar isso como projeto piloto aqui e depois irradiar para outras escolas”, afirmou Lemos.

O secretário de Estado da Educação, Paulo Lemos

Projeto viabilizado pela Lei Aldir Blanc

O produtor cultural Vampiro Zolu, do Centro Cultural Maracá, detalhou a execução do projeto a partir do edital da PNAB.

“Esse projeto foi habilitado e aprovado no edital 003/2024, com recursos da Lei Aldir Blanc, que hoje fortalece o apoio à cultura em nível nacional. Trabalhamos referências de diversas etnias africanas e indígenas, transportadas para as urnas e vasos produzidos pelos alunos”, explicou Zolu.

Os artesanatos feitos pelos estudantes

Mais participação do que o previsto

Prevista inicialmente para 20 estudantes, a oficina envolveu cerca de 35 alunos do 6º ao 9º ano, todos do turno da manhã. O crescimento espontâneo da turma demonstrou o potencial da arte como ferramenta de engajamento, inclusão e formação cultural.

As oficinas são ministradas Marcides de Oliveira e a Esposa Josi Silva

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