Governo do Amapá realiza simpósio para apresentar e discutir projetos realizados em escolas quilombolas
Evento faz parte da Semana da Consciência Negra e reuniu representantes das unidades escolares da rede estadual.
O Governo do Estado reuniu, nesta terça-feira, 18, gestores, professores e servidores da educação para o Simpósio da Consciência Negra, na União dos Negros do Amapá (UNA), em Macapá. O evento contou com a apresentação de projetos realizados nas escolas quilombolas estaduais para discussão e disseminação de iniciativas dentro das diversas comunidades.
O Simpósio faz parte das atividades da Semana da Consciência Negra, e teve como tema “Racismo Ambiental e Sustentabilidade: educação ambiental e as mudanças climáticas no contexto pedagógico”, contando com apresentação de autoridades, exposição da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (Pneerq) e dos projetos de escolas convidadas.
“É um evento muito significativo para todos nós. Estamos em um período em que as questões étnico-raciais se intensificam mais ainda. Além disso, vivemos em momento de COP na Amazônia, e nada melhor do que trazer o tema racismo ambiental, que a nossa população sofre”, explica a servidora do Núcleo de Educação Étnico-Racial da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Maria Áurea.
Também estiveram presentes representantes da Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo), da coordenação do 30º Encontro dos Tambores, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além das universidades Estadual (Ueap) e Federal do Amapá (Unifap).
A professora de ciências da Escola Quilombola Estadual Pedro Alcântara Chaves Lopes, Zenilda Vilhena, falou sobre como a comunidade de Abacate da Pedreira está aliando conhecimentos ancestrais com a ciência dos dias atuais, iniciativa que conta com o apoio da Unifap.
“Fomos convidados para expor um pouco do nosso trabalho desenvolvido na Feira de Ciência, que contou com 22 projetos com a proposta de associar os saberes de comunidades quilombolas com a ciência. Então, fizemos uma pesquisa com os alunos primeiro, depois partimos para a escuta na comunidade e, a partir daí, foram montados os projetos e experimentos”, explica Zenilda.
O diretor da Escola Quilombola Estadual Professor Raimundo Pereira da Silva, Valdemir Barbosa, também expôs a atuação da unidade em Carmo do Maruanum. Um dos destaques é a instalação de uma fossa séptica biodigestora, que resulta em um biofertilizante natural para árvores de médio e grande porte, implementada em parceria com o Coletivo Utopia Negra Amapaense.
“Nós viemos trazer nossas experiências e o que estamos fazendo no nosso ambiente escolar, com os projetos voltados às questões educativas, ambientais e de adaptações climáticas, que é um tema que está sendo discutido bastante na sociedade. Hoje vamos apresentar um deles, que é a fossa séptica instalada na escola, que fez parte de toda uma programação com a comunidade, incluindo palestras, formações e outras atividades educativas”, aponta o diretor.
Na quarta-feira, 19, os mesmos projetos estarão expostos na UNA, de 8h às 12h, visando dar visibilidade para as iniciativas e os alunos, que falarão sobre o desenvolvimento e a importância de cada iniciativa
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