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'Cada batida me lembra quem eu sou', diz trancista que reencontra suas raízes durante o 30º Encontro dos Tambores, em Macapá

Kelly Libório, de 28 anos, trabalha no segmento há quase uma década. Para ela, o evento é resistência.

Por Rafaela Pereira
18/11/2025 17h01
Kelly Jonelle Libório chegou cedo ao Centro de Cultura Negra do Amapá

No bairro do Laguinho, em Macapá, o amanhecer desta terça-feira, 18, encontrou o Centro de Cultura Negra do Amapá já em movimento. Passos apressados, tambores sendo afinados e vozes misturadas ao cheiro de café anunciavam o início das oficinas do 30º Encontro dos Tambores. O evento apoiado pelo Governo do Estado reafirma, ano após ano, a força da ancestralidade negra amapaense.

Entre os participantes, uma figura se destacava não apenas pelas mãos habilidosas, mas pela história que carrega. Kelly Jonelle Libório, 28 anos, trancista há quase uma década. A profissional chegou cedo, como sempre faz quando o assunto envolve cultura e memória. Com as tranças recém-feitas e os dedos ainda marcados do trabalho, ela observava o movimento no pátio do Centro de Cultura Negra, enquanto ajeitava a caixa onde guarda seus materiais de trabalho.

A manhã foi dedicada a oficinas abertas para todos, jovens aprendizes e mestres experientes dividindo o mesmo espaço. Sentada em uma das mesas laterais, Kelly também aproveitou o momento para fazer pequenas tranças para pessoas, que aguardavam a vez de entrar na roda. Para ela, trançar em um ambiente como aquele é diferente.

Oficina de Tranças

“Meu vínculo com o Encontro dos Tambores é emocional. É aqui que eu lembro por que comecei a trançar, para honrar as mulheres que vieram antes de mim. Cada batida dos tambores é como se fosse uma memória. A mão vai sozinha, sabe? É como trançar com a ajuda das minhas ancestrais. O evento não é só espetáculo. É formação, é troca, é resistência. É a gente se vendo e se reconhecendo. Trançar e tocar tambor têm muito em comum. Os dois preservam histórias que não estão nos livros, mas estão na gente”, declarou a trancista.

No salão principal, os participantes se alinhavam em roda, atentos às explicações sobre ritmos tradicionais e toques sagrados. As oficinas, parte fundamental da programação oficial, confirmam o caráter formativo e comunitário do encontro que segue até o dia 26 de novembro.

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