‘Mostrar como vivemos na Amazônia e o que fazemos para preservá-la’, diz liderança quilombola que integra delegação do Amapá na COP30
Joelma Menezes, do Quilombo do Rosa, leva o marabaixo e a força da cultura afroamapaense para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Belém
Da zona rural de Macapá para um dos maiores palcos globais sobre o clima. Joelma Menezes, liderança do Quilombo do Rosa, integra a delegação do Amapá que participa da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.
Ela será uma das responsáveis por conduzir exposições afroculturais e apresentações de marabaixo, levando para o evento a tradição, a resistência e o ritmo que marcam a cultura afroamapaense.
“Estou muito feliz por ter sido convidada, como liderança quilombola, para representar o nosso estado. Eu consigo ver que, atualmente, o Governo do Estado vem fazendo esse papel de escutar as comunidades e saber o que elas desejam para a melhoria do seu povo. É de grande importância mostrarmos como vivemos na Amazônia e o que fazemos para preservá-la enquanto comunidade quilombola. Nós somos parte das pessoas que mais cuidam do meio ambiente”, destacou Joelma.
A comitiva desembarcou no fim da tarde de domingo, 9, após uma viagem de 24 horas pelas águas do Rio Amazonas. Durante os 11 dias de evento, os participantes contarão com apoio de hospedagem e toda a estrutura logística necessária para acompanhar as atividades da COP30.
Joelma destacou o esforço do governador e de toda a coordenação da COP30 do Amapá, que demonstraram grande preocupação com o bem-estar da delegação amapaense.
“Eu consigo observar essa preocupação, esse cuidado em oferecer o melhor conforto para quem está indo representar o nosso estado. Isso é importante, porque assim a gente chega com mais tranquilidade para discutir, pautar e divulgar o Amapá”, afirmou Joelma.
Além de lideranças quilombolas, a delegação do Amapá é formada por lideranças indígenas, gestores do Governo, pesquisadores, professores, estudantes, empreendedores da bioeconomia, agentes culturais, servidores públicos e representantes da sociedade civil organizada.
Com cerca de 400 participantes, é a maior delegação da Amazônia, reunindo a diversidade social, cultural e científica que representa a identidade e o potencial do povo amapaense.
A COP da Amazônia
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) inicia nesta segunda-feira, 10, e segue até 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará. Realizada pela primeira vez na Amazônia, a COP30 deve reunir lideranças mundiais, cientistas, representantes de governos, empresas, organizações e sociedade civil para discutir soluções concretas diante da crise climática. A presença robusta do Amapá simboliza o fortalecimento da região no centro das discussões globais sobre sustentabilidade.
Com cerca de 73,5% de seu território sob proteção ambiental, incluindo unidades de conservação, terras indígenas e quilombolas, o Governo do Estado pretende mostrar que é possível unir conservação ambiental, inovação e desenvolvimento social.
A iniciativa é resultado de um esforço conjunto de órgãos estaduais, como as fundações de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap) e de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Fundação Marabaixo), o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), e as Secretarias de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec), Cultura (Secult), Meio Ambiente (Sema), Planejamento (Seplan), Povos Indígenas (Sepi), Juventude (Sejuv), Educação (Seed), de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Amapá Internacional) e a Agência de Desenvolvimento Econômico (Agência Amapá), que atuam de forma integrada na elaboração e apresentação de projetos.
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