Nas águas do Rio Amazonas, a caminho de Belém, delegação do Amapá alinha últimos preparativos para participação na COP30
Encontro de secretários, lideranças indígenas, pesquisadores, empreendedores e agentes culturais a bordo de um ferry boat sustentável dialogou sobre hospedagem, transporte e ações do Estado no evento global.
Cortando o Rio Amazonas rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, a delegação oficial do Amapá participou, no domingo, 9, de um bate-papo conduzido por gestores do Governo do Estado responsáveis pela organização da participação amapaense no evento.
A conversa foi um momento para tirar dúvidas e explicar questões de estadia, transporte e logística oferecidos pelo Estado nos 11 dias da COP da Amzônia, além de alinhar os últimos detalhes e expectativas sobre a presença do Amapá, estado mais preservado e protegido do Brasil, no maior encontro global sobre o clima.
“Foi uma reunião importante para alinhar e munir toda a delegação com as informações necessárias. Esse momento de direcionamento é fundamental para garantir que todos estejam bem preparados e o Amapá tenha uma participação organizada e representativa no evento”, falou o coordenador da delegação, Gutemberg Silva.
O ferry boat sustentável servirá como hospedagem móvel e será a base da equipe amapaense, composta por lideranças indígenas e quilombolas, pesquisadores, professores, estudantes, empreendedores da bioeconomia, agentes culturais, servidores públicos e representantes da sociedade civil organizada.
No local, os participantes têm acesso gratuito à internet e oferta de alimentação - café da manhã, almoço e jantar, disponibilizada na embarcação. Durante o deslocamento e a permanência em Belém, a delegação contará com dois ônibus, duas vans e dez carros para o transporte até o Parque das Cidades.
Neste ano, o Amapá leva uma delegação inédita, com a presença de 25 indígenas de diferentes territórios, como Oiapoque e Tumucumaque, e representantes das Escolas Famílias Agrícolas do Pacuí, Perimetral Norte, Carvão, Maracá e da Escola Agroecológica do Macacoari
Para a diretora-presidente da Fundação da Igualdade Racial, Josilana Santos, a diversidade que compõe a delegação do Amapá deve servir de exemplo sobre como as pautas precisam ser tratadas durante a COP30, de forma inclusiva, representativa e conectada com as realidades dos territórios.
“É claro que precisamos de tecnologia, de ciência e dos nossos pesquisadores, mas também precisamos do nosso povo. Da gente que respira e mantém essa floresta em pé. Porque, se não tiver o povo, a academia e a pesquisa não terão o que pesquisar. Essa é uma determinação do nosso governador, que desde a primeira COP em que participou reforça: é preciso respeitar as pessoas que vivem sob as copas das árvores”, evidenciou Josilana.
A inovação e a sustentabilidade também marcam presença na delegação amapaense. São 37 organizações representadas, entre empresas, órgãos públicos, startups e instituições de ensino e pesquisa, que chegam à COP30 com o propósito de “fazer bonito” pela Amazônia, apresentando entregas concretas e soluções que unem desenvolvimento e preservação.
“O Amapá saiu das últimas posições e hoje ocupa o 16º lugar no ranking nacional de inovação, sendo o estado mais inovador da Amazônia e o mais preservado do Brasil. Vamos com orgulho mostrar nossa produção, nosso marabaixo, nossa cultura indígena e o potencial criativo do nosso povo”, disse o presidente da Associação Brasileira de Startups, Lindomar Goés.
Também participaram do encontro a secretária de Cultura, Clícia Di Miceli; a secretária dos Povos Indígenas, Sônia Jeanjacque; o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Edivan Andrade; o procurador-geral do Estado, Thiago Albuquerque; a vice-reitora da Universidade Federal do Amapá (Unifap), Ana Cristina Maués; o superintendente do Ibama no Amapá, Bernardino Santos; e o deputado estadual Jory Oeiras.
A COP da Amazônia
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) inicia nesta segunda-feira, 10, e segue até 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará. Realizada pela primeira vez na Amazônia, a COP30 deve reunir lideranças mundiais, cientistas, representantes de governos, empresas, organizações e sociedade civil para discutir soluções concretas diante da crise climática. A presença robusta do Amapá simboliza o fortalecimento da região no centro das discussões globais sobre sustentabilidade.
Com cerca de 73,5% de seu território sob proteção ambiental, incluindo unidades de conservação, terras indígenas e quilombolas, o Governo do Estado pretende mostrar que é possível unir conservação ambiental, inovação e desenvolvimento social.
A iniciativa é resultado de um esforço conjunto de órgãos estaduais, como as fundações de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap) e de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Fundação Marabaixo), o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), e as Secretarias de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec), Cultura (Secult), Meio Ambiente (Sema), Planejamento (Seplan), Povos Indígenas (Sepi), Juventude (Sejuv), Educação (Seed), de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Amapá Internacional) e a Agência de Desenvolvimento Econômico (Agência Amapá), que atuam de forma integrada na elaboração e apresentação de projetos.
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