Governo do Amapá fortalece atendimento a pacientes com AVC no Hospital de Emergência

Em janeiro de 2025, o Governo do Amapá iniciou uma série de treinamentos voltados às equipes multiprofissionais de saúde, com o objetivo de aperfeiçoar técnicas e reduzir o tempo de resposta no atendimento a pacientes com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC). A iniciativa faz parte das ações do Estado para qualificar os serviços de urgência e ampliar o acesso da população a tratamentos de alta complexidade.

O Hospital de Emergência de Macapá (HE) é referência nesse tipo de atendimento e já conta com serviço de tomografia e equipe médica neurológica 24 horas, além do uso do medicamento trombolítico, que tem sido decisivo para salvar vidas e reduzir sequelas.

Esse medicamento é responsável por dissolver coágulos sanguíneos que interrompem o fluxo de sangue no cérebro, situação que caracteriza o AVC isquêmico. Segundo o protocolo clínico, ele deve ser aplicado em até 4 horas e 30 minutos após o início dos sintomas, o que torna essencial a agilidade no diagnóstico e na condução do paciente.

O Protocolo de Atendimento ao AVC, adotado pelo HE, estabelece um conjunto de ações padronizadas que orientam as equipes de saúde a agir rapidamente e de forma coordenada. A unidade está plenamente preparada para aplicar todas as etapas com segurança e eficiência.

De janeiro a setembro de 2025, o protocolo foi aplicado com sucesso dentro do tempo hábil em 36 casos de AVC isquêmico, dos 102 pacientes diagnosticados com AVC que deram entrada no HE nesse período. Os dados demonstram a efetividade do fluxo de atendimento e o impacto positivo da capacitação contínua das equipes.

Etapas do protocolo:

1. Identificação dos sintomas:

Os principais sinais de alerta são boca torta, fala arrastada e fraqueza em um dos lados do corpo. Diante de qualquer um desses sintomas, é fundamental acionar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pelo 192.

2. Chegada ao Hospital de Emergência:

Os profissionais do HE estão prontos para atender esses casos com prioridade. O paciente passa por avaliação médica e neurológica imediata, com suporte 24 horas.

3. Exames de imagem:

Logo na chegada, o paciente realiza tomografia ou ressonância magnética, exames que confirmam o tipo de AVC e orientam o tratamento mais adequado.

4. Tratamento rápido:

Nos casos de AVC isquêmico, é aplicado o medicamento trombolítico, que dissolve o coágulo e restaura o fluxo sanguíneo.

Nos casos de AVC hemorrágico, a equipe atua para controlar o sangramento e estabilizar o quadro clínico.

5. Reabilitação e prevenção:

Após a fase aguda do tratamento, o HE oferece fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional ainda durante a internação, além de orientações para prevenir novos episódios, como o controle da pressão arterial, do colesterol e da glicose.

Patric Homobono, de 45 anos, acompanha o pai, 79 anos, que está internado no HE por complicações de um AVC sofrido há alguns anos. Ele destaca o cuidado e o suporte recebidos pela equipe.

“Meu pai tem sequelas severas de um AVC antigo e vem apresentando novos episódios. O hospital tem dado todo o suporte, tanto no tratamento medicamentoso quanto no acompanhamento assistencial. A equipe está sendo muito atenciosa e tem agilizado os exames e os cuidados mais específicos. Estamos contando com esse apoio e nos sentimos acolhidos”, relata Patric.

O médico neurologista do HE, Thiago Brito, explica que o tempo é o fator mais importante para o sucesso do tratamento.

“Cada minuto faz diferença. Quanto mais rápido o paciente chega ao hospital e inicia o tratamento, maiores são as chances de recuperação e menores as chances de sequelas. O protocolo do AVC implantado no HE vem garantindo essa agilidade e melhorando muito os resultados clínicos”, destaca o especialista.

Os dados nacionais mostram que, de janeiro a outubro deste ano, 64.471 pessoas morreram em decorrência do AVC, o equivalente a uma vida perdida a cada seis minutos. Em 2024, segundo o Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil, foram 85.457 mortes, número que mantém o Brasil entre os países com maior incidência da doença.

A enfermeira do Núcleo de Educação Permanente em Saúde do HE, Lais Barcelos, reforça a importância do protocolo.

“Reconhecendo que o AVC é uma das principais causas de morte e sequelas no país, desde que adotamos o Protocolo de AVC Isquêmico reduzimos o tempo entre a chegada e o tratamento, ampliando o uso da trombólise. Como centro de referência no Amapá, nosso compromisso é transformar agilidade em vidas salvas e recuperação para a população amapaense", disse.

Tipos de AVC

• Isquêmico (85% dos casos) – ocorre quando há entupimento de um vaso sanguíneo que leva sangue ao cérebro. Está relacionado à pressão alta e doenças cardíacas, como a fibrilação atrial.
• Hemorrágico (15% dos casos) – acontece quando há rompimento de um vaso, provocando sangramento no tecido cerebral. É menos comum, porém mais grave, com maior risco de sequelas e morte.

Com o fortalecimento do protocolo e o investimento contínuo em capacitação e estrutura hospitalar, o Governo do Amapá reafirma o compromisso com uma saúde pública mais ágil, resolutiva e humanizada, garantindo mais chances de vida e recuperação para os amapaenses.

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