Governo do Amapá inicia Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural para Povos Indígenas do Oiapoque
O Ater Indígena é executado pelo Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), com o propósito de fortalecer a produção agrícola e fazer frente à praga da mandioca.

O Governo do Amapá iniciou, na segunda-feira, 20, a execução do Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural aos Povos Indígenas (Ater Indígena), no município de Oiapoque, extremo norte do Brasil. O trabalho é desenvolvido em parceria com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
A iniciativa visa atender às demandas específicas das comunidades indígenas, com um trabalho técnico continuado e efetivo, beneficiando cerca de 400 famílias em 65 aldeias localizadas nas terras indígenas Uaçá, Galibi e Juminã, habitadas pelos povos Karipuna, Galibi Marworno, Palikur Arukwayene e Galibi Kali’na.
O Ater Indígena do Oiapoque é executado pelo Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), com o propósito de fortalecer a produção agrícola e apoiar o enfrentamento da chamada “praga da mandioca” ou “vassoura-de-bruxa”, causada pelo fungo Rhizoctonia theobromae. O problema foi identificado por pesquisadores da Embrapa Amapá e da Embrapa Mandioca e Fruticultura, sediada em Cruz das Almas (BA).
O programa é pioneiro no Brasil por estabelecer um modelo de assistência técnica voltado exclusivamente aos povos indígenas, unindo saberes tradicionais e conhecimento técnico-científico.
As ações começaram com o alinhamento da equipe técnica no escritório local do Rurap, em Oiapoque, e seguem até as aldeias para realizar levantamentos territoriais e produtivos, além do cadastramento das famílias com base em critérios de vulnerabilidade socioeconômica. Também será feita a verificação de enquadramento das famílias para acesso ao crédito de fomento do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
A programação de campo ocorre de 20 a 31 de outubro, com atendimentos em 7 aldeias nos rios Oiapoque e Juminã, e 19 comunidades indígenas ao longo da BR-156. Em novembro, o trabalho continuará nas aldeias situadas nos rios Curipi, Uaçá e Urukawa.
Essa etapa é essencial para o planejamento das próximas fases e para a formulação de políticas públicas voltadas aos povos indígenas da região. As atividades iniciaram na aldeia Galibi, mobilizando dezenas de indígenas que serão beneficiados pelo programa.
O diretor do Rurap, Kelson Vaz, destacou o papel do instituto na construção do projeto.
“Essa política é resultado de um esforço conjunto. O governador Clécio Luís abraçou essa iniciativa e garantiu as condições para que o Rurap pudesse executar o programa. Agora, com a equipe formada e os recursos assegurados, iniciamos a etapa mais importante: a execução”, afirmou.
Para o diretor financeiro da Anater, Camilo Capiberibe, o Ater Indígena é fruto de uma demanda legítima das comunidades e de um processo técnico sólido.
“É hora de arregaçar as mangas e ir a campo. Essa política começou a ser construída ainda em 2023, a partir de uma demanda apresentada pelo Conselho de Caciques dos Povos Indígenas (CCPIO), que procurou a Anater para relatar o problema da praga que afetava a mandioca nas terras indígenas. A partir desse pedido, o MDA, a Anater e o Governo do Estado, com base no projeto elaborado pelo Rurap, conseguiram construir uma proposta concreta”, explicou.

Já o diretor técnico do Rurap, Juliano Del Castillo, reforçou os critérios que nortearam a montagem da equipe.
“Seguimos critérios importantes exigidos pelo Governo Federal e pela Anater, como a presença de profissionais das ciências agrárias e a paridade de gênero, garantindo também a participação das mulheres. Isso é fundamental, já que entre os beneficiários também temos essa diversidade”, ressaltou.

O cacique Edmilson dos Santos ressaltou que o Programa Ater Indígena é uma grande conquista para as comunidades.
"Pedimos apoio emergencial diante da perda das roças e da falta de alimento, e desde então já foram realizadas várias entregas de kits de alimentos, o que tem ajudado muito as famílias. Agora, precisamos avançar com novas políticas públicas e projetos que garantam o replantio da mandioca e a retomada da produção, com o apoio dos nossos técnicos indígenas e de todos os parceiros”, destacou Edmilson.
*Distribuição das famílias beneficiadas*
Região 1 – BR-156
18 aldeias – 70 famílias contempladas
Região 2 – Rio Curipi
17 aldeias – 100 famílias contempladas
Região 3 – Rio Oiapoque
7 aldeias – 30 famílias contempladas
Região 4 – Rio Uaçá
17 aldeias – 100 famílias contempladas
Região 5 – Rio Urukauá
14 aldeias – 100 famílias contempladas
*Itinerário de execução*
*Rio Oiapoque*
20 e 21 de outubro: Aldeias Galibi e Anani
22 e 23 de outubro: Aldeias Ariramba e Kwari-Kwai
24 e 25 de outubro: Aldeias Kananã, Uahá e Mahipa
*BR-156*
27 a 31 de outubro
Atendimento a 19 aldeias. Kuahi, Tuluhi, Kahapá, Palha, Piquiá, Curipi, Cariá, Ahumã, Estrela, Ywakawkun, Ywawká, Samaúma, Tukay, Anauerá, Yanwaka, Molongo, Lençol, Mahay e kamahu.
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