CicloCOParente: Povos Originários do Amapá e Norte do Pará definem representantes e diretrizes para a COP30
Durante o evento, os participantes escolheram os dez delegados indígenas que irão participar da Conferência do Clima, apresentaram iniciativas e esclareceram dúvidas.

O Governo do Amapá, em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), reuniu, no sábado (13), em Macapá, lideranças indígenas do Amapá e do Norte do Pará para a 13ª etapa do Ciclo COParente. O encontro de escuta ativa, coordenado pela Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas do Amapá (Sepi), definiu diretrizes e representantes que participarão da COP30, em Belém do Pará, em novembro.

O evento iniciou com um ritual de cantos e a tradicional “Dança do Turé”, expressão cultural e religiosa das comunidades indígenas, geralmente realizada entre os meses de setembro e novembro. Em seguida, a abertura oficial foi conduzida pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que destacou a valorização e participação de cerca de três mil indígenas na COP30, como parceiros na construção de soluções sustentáveis.
“Esse é um momento muito importante, que credencia os representantes indígenas na Zona Azul, espaço oficial da COP30, onde estarão os líderes mundiais, assim como na Zona Verde. Esperamos que esta COP deixe um legado concreto para a implementação de políticas públicas nos próximos anos”, enfatizou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

Durante o encontro, foram apresentadas iniciativas dos territórios como propostas para a COP30, além de palestras com os temas: “Estrutura da COP da Mudança Climática: onde se dá a participação indígena na COP?” e “Aldear a COP30: como fazer a maior e melhor participação indígena da história das COPs?”. Também foi realizada uma mesa-redonda com o tema: “A importância da gestão ambiental das Terras Indígenas no Brasil para a justiça climática”.
“O encontro possibilitou um diálogo aberto, no qual construímos diretrizes para a COP30, reafirmando o compromisso do governador Clécio Luís, que prioriza o fortalecimento participativo dos povos indígenas nas discussões e contribuições neste evento global”, destacou Sonia Jeanjacque, secretária de Estado Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi).

Protagonismo e fortalecimento da participação indígena
Durante o COParente, as lideranças também elegeram os 10 representantes dos povos originários do Amapá e Norte do Pará que receberão credenciais para integrar a delegação na conferência. O Amapá possui quatro regionais indígenas, e as indicações seguiram o critério definido pelas lideranças: dois delegados por regional, com paridade de gênero, um homem e uma mulher.

“Tivemos um encontro produtivo, com a escolha dos dez representantes, e apresentamos as iniciativas dos nossos territórios, desenvolvidas há bastante tempo com pesquisas realizadas por agentes ambientais indígenas. Queremos ir a COP não apenas para ouvir, mas também para apresentar nossas práticas sustentáveis, que geram economia para nossos territórios e contribuem com todos”, destacou Luene Karipuna, coordenadora executiva da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp).
Segundo dados das etapas anteriores do Ciclo COParente, a realizada no Amapá foi a maior até agora, reunindo 200 indígenas entre lideranças e convidados. O objetivo dos territórios é fazer da COP30 a edição com a maior participação de povos originários da história.

“Nós, povos indígenas, sempre protegemos nossas florestas. Os brasileiros não indígenas, bem como as nações de outros países, também precisam proteger a natureza para manter o equilíbrio. Temos muito a contribuir no enfrentamento das mudanças climáticas. Nossos territórios estão entre os mais preservados, mas já sofrem os impactos dessas mudanças. Por isso, é essencial compartilhar conhecimento”, afirmou Demétrio Amisipa Tiryó, coordenador do Rio Paru Leste, no Parque do Tumucumaque.
Além de escutar os relatos sobre o contexto local, os participantes puderam esclarecer dúvidas sobre o funcionamento da conferência, a logística para Belém e a estrutura dos espaços de articulação. A COP é organizada em duas áreas principais: a Zona Azul (Blue Zone) e a Zona Verde (Green Zone). As lideranças indígenas credenciadas para a Zona Azul poderão participar diretamente das discussões e acompanhar as negociações.
Atuação das lideranças femininas
A 13ª etapa do Ciclo COParente, no Amapá, também foi marcada pela forte participação de lideranças femininas. As mulheres ocuparam posições centrais na condução dos debates, apresentação de propostas e na articulação política ao longo do evento.

Fique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Siga o canal do Governo do Amapá no WhatsApp e receba notícias em primeira mão!