Governo do Amapá projeta futuro econômico com seminário sobre Petróleo e Gás na 54ª Expofeira
Seminário reuniu executivos, especialistas e empresários para debater as oportunidades que o estado oferece no atual cenário de expansão do setor energético brasileiro
O Amapá está no radar do circuito nacional e internacional do petróleo e se consolida como uma das novas fronteiras estratégicas da indústria de petróleo, gás e energia no Brasil. Essa foi a mensagem central do “Seminário Petróleo e Gás no Amapá – Portas Abertas para Negócios, Carreiras, Inovação e Sustentabilidade”, realizado nesta quinta-feira, 4, pelo Governo do Estado, por meio da Agência Amapá, durante a 54ª Expofeira do Amapá.
O evento reuniu autoridades, executivos, especialistas e empresários para debater as oportunidades que o estado oferece no atual cenário de expansão do setor energético brasileiro. Entre os temas tratados estiveram as perspectivas de exploração da Margem Equatorial, a qualificação de mão de obra, a atração de investimentos e o posicionamento do Amapá como polo de negócios no Norte do país.
A Margem Equatorial é hoje a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas. Localizada entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, a região concentra expectativas de grandes reservas de petróleo e gás.
De acordo com o Plano Estratégico 2050 e o Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras, estão previstos investimentos de US$ 3 bilhões para os próximos cinco anos, incluindo a perfuração de 15 poços. O objetivo é inserir o Brasil — e especialmente o Amapá — de forma competitiva no mercado global de energia, conectando o estado à geopolítica da energia.
“O Amapá tem todas as condições para se tornar protagonista nesse novo ciclo econômico. Estamos trabalhando para preparar o estado, atrair investimentos e capacitar nossas empresas e trabalhadores para aproveitar ao máximo essas oportunidades”, destacou Wandenberg Pitaluga, diretor-presidente da Agência Amapá.
Desafio da qualificação
Um dos pontos mais impactantes do seminário foi a apresentação do especialista Eduardo Aragon, diretor da BrainMarket, que destacou o “boom de oportunidades” previsto para o Amapá com o avanço da indústria do petróleo. Segundo o especilista, a exploração da Margem Equatorial poderá gerar milhares de empregos diretos e indiretos nos próximos anos, mas o principal desafio será qualificar mão de obra local para atender a essa demanda.
“Estamos falando de um dos maiores ciclos de expansão do setor energético no país. Serão necessárias formações técnicas, engenheiros, soldadores, operadores, profissionais de segurança, logística e especialistas em diversas áreas. Hoje, o Brasil já enfrenta um déficit de mais de 19 milhões de profissionais qualificados. Se o Amapá quiser ser protagonista, precisa investir urgentemente em capacitação”, reforçou Aragon.
Além disso, ele destacou que a atuação onshore (em terra) e offshore (no mar) exigirá certificações técnicas rigorosas, domínio de idiomas e profissionais prontos para atuar em escala global, conectando o estado a novas oportunidades no circuito internacional do petróleo.
Outro ponto alto do evento foi o painel com Wilton Câmara, gerente da área de Fornecedores da Petrobras, que explicou os caminhos para as empresas locais se cadastrarem e participarem de futuras licitações por meio do Portal Petronect.
A Petrobras, que será a principal operadora na região, prevê contratações de bens e serviços que vão desde logística, hotelaria, transporte e manutenção de embarcações até fornecimento de equipamentos especializados para plataformas.
“Para participar do processo, as empresas precisam se preparar, entender os requisitos técnicos e buscar regularização documental. O cadastro garante acesso direto às oportunidades e antecipa etapas que podem fazer diferença na competitividade dos fornecedores locais”, orientou Câmara.
Durante os debates, especialistas apontaram que a exploração na Margem Equatorial terá impactos positivos para toda a região, como a geração de milhares de empregos diretos e indiretos; aumento da arrecadação estadual e municipal; fortalecimento da infraestrutura portuária e logística; inserção do Amapá no mercado global de energia; diversificação da economia com atração de novas cadeias produtivas.
Para Marcos Tinti, CEO da Companhia Brasileira de Offshore (CBO), o desafio é preparar o estado para atender a infraestrutura necessária e atrair investimentos estratégicos.
“O Amapá terá um papel central na nova matriz energética brasileira. É preciso planejar desde hoje a formação de profissionais, a ampliação da rede logística e a capacitação de fornecedores locais. Esse é um momento histórico para o estado”, disse.
Tinti dividiu o Painel “Negócios no Setor de Petróleo e Gás” com o executivo da New Fortress, Rodrigo Pinho e do Estaleiro Maguari, Fábio Vasconcellos. Eles apresentaram todo o funcionamento das empresas, que estão entre as maiores do Brasil e principais parceiras da Petrobras.
Ainda, do Sebrae, Senai e Senac, o painel “Externalidades Positivas do Setor de Petróleo e Gás: Desenvolvimento Local, Inovação e Sustentabilidade” foi conduzido pelas painelistas Aline Lobo, do Polo Onshore Sebrae, Isana Alencar, do Sebrae Amapá e Alyne Vieira, diretora de operações do Senai Amapá. Elas apresentaram o portfólio que o Sistema S já dispõe para capacitar profissionais e empresas para concorrerem por espaços na cadeia produtiva do petróleo.
O seminário marcou um passo decisivo para posicionar o Amapá como protagonista no cenário energético brasileiro. As articulações entre governo, Petrobras, Sebrae, Senai, Senac e empresários locais e globais mostram que o estado está se preparando para aproveitar ao máximo as oportunidades da Margem Equatorial e integrar-se à economia global.
“Estamos conectando o Amapá ao circuito nacional e internacional do petróleo. A exploração da Margem Equatorial nos coloca em outro patamar econômico e vamos trabalhar para que nossa população, nossas empresas e nossos profissionais colham os frutos desse novo momento”, concluiu Wandenberg Pitaluga.
A maior Expofeira de todos os tempos. Pra movimentar o Amapá!
Com o tema "Amazônia Sustentável e Desenvolvida", a 54ª Expofeira do Amapá iniciou no sábado, 30 de agosto, e segue até este domingo, 7 de setembro. Realizado pelo Governo do Estado e a Associação dos Músicos e Compositores (AMCAP), o evento é a maior edição da história, com uma área 46% maior que no ano passado. Com cerca de 482 empresas expositoras, a maior vitrine de negócios e oportunidades da Amazônia marca a geração histórica de 100.870 mil empregos formais no estado. São 20.637 mil novos empregados desde janeiro de 2023, um crescimento de 25% em dois anos e sete meses de gestão. Além disso, a 54ª Expofeira deve movimentar, em média, mais de R$ 600 milhões em negócios, impulsionando setores como agronegócio, energia limpa e empreendedorismo popular.
A programação é diversa, com mais de 500 atrações culturais, incluindo um Espaço Gastronômico, um Parque de Diversões e eventos esportivos. Para garantir a segurança dos visitantes, o efetivo foi reforçado em 35%. Além disso, estratégias de atendimento de urgência e emergência também são ampliadas. A feira sedia ainda a 1ª ExpoAmazônia, em preparação do Amapá para a COP30 com destaque ao potencial do estado no desenvolvimento sustentável e economia verde.
Com apoio cultural do presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre, senador pelo Amapá, Randolfe Rodrigues, do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Goés, e da Cervejaria Império, a programação também recebe shows nacionais gratuitos ao público. No line-up, foram confirmados artistas como Ivete Sangalo; Alexandre Pires; as duplas sertaneja Henrique & Juliano e Jorge & Mateus; Xand Avião, Manu Bahtidão; Léo Foguete; Cassiane e Maria Marçal. Além das bandas de forró Calcinha Preta e Limão com Mel; a banda de rock cristão Rosa de Saron; e o “Festival das Aparelhagens” com nove grupos do Amapá na Arena das Rainhas.
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