‘Amapá por Todas Elas’: campanha de conscientização encerra na Escola Estadual Professor Gabriel Almeida Café, em Macapá
Governo do Estado realizou ciclo de palestras em cinco unidades de ensino para celebrar o Agosto Lilás.
O trabalho de conscientização sobre o enfrentamento à violência contra a mulher, realizado pelo Governo do Amapá, iniciou há uma semana e encerrou na Escola Estadual Professor Gabriel de Almeida Café. A ação tem o intuito de conscientizar e informar adolescentes e adultos sobre a formas de prevenção, além de apresentar a Rede de Atendimento à Mulher (RAM), estrutura de proteção existente no Amapá.
Os alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) foram recepcionados pelos representantes do Centro de Atendimento à Mulher e à Família (Camuf), órgão especializado para acolher as vítimas de violência física, ligado à Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres (SEPM) e pela “Patrulha da Lei Maria da Penha”, cujos integrantes fazem parte da Polícia Militar.
A cabo Roana Melo, explicou que a equipe da Patrulha é formada por ela, pelo Sargento Valdeir e pela soldado Eli Miranda, integrantes do primeiro Batalhão, Zona Sul de Macapá.
“Fiscalizamos as medidas protetivas de mulheres, e para marcar o Agosto Lilás, estamos fazendo um trabalho não só de fiscalização, mas de conscientização, levando assuntos ligados à Lei para as escolas. Ensinamos para nosso público a reconhecer os tipos de violência praticados e a forma de agir, como denunciar, se proteger e proteger outras pessoas”, ressaltou a cabo.
O intuito dos encontros é criar momentos de reflexão sobre violência contra a mulher, esclarecer sobre os avanços da Lei Maria da Penha, como funciona a rede de proteção e as formas de denúncia.
A aluna Jaqueline Teles, de 40 anos, é um exemplo de superação. Ela conta como teve coragem para se afastar de um parceiro abusivo com quem viveu durante anos e teve três filhos.
“É muito importante que esses assuntos sejam levados para as escolas. Sei que muitas mulheres, como eu, foram vítimas de violência. Vivi nove anos com uma pessoa que me maltratava, tinha ciúme e se algum homem mexia comigo, dizia que era minha culpa e me punia. Um dia criei coragem e decidi viver a minha vida”, destacou Jaqueline.
O assessor jurídico da SEPM, Abrahão Jara, frisou que encerrou o ciclo da campanha do Agosto Lilás, mas que as palestras têm continuidade durante todo o ano, por meio do projeto “Camuf vai à Escola”.
“Continuamos o processo de conscientização nas instituições e repartições públicas com a intenção de levarmos o caráter pedagógico da Lei. Muito além da Lei Maria da Penha, tipos de crimes e a pena que é cometida ao homem caso ele cometa, que é o caráter coercitivo, queremos trazer conhecimento e reflexão sobre a construção machista da sociedade, que infelizmente é normalizada. Violência contra a mulher jamais será normal e deve ser denunciado”, frisou o assessor jurídico.
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