Governo do Amapá apresenta Central de Tradutores e Intérpretes de Libras e garante inclusão na saúde pública
Cilsaúde é uma iniciativa da Secretaria de Saúde (Sesa) e busca derrubar barreiras históricas de comunicação e assegurar atendimento humanizado às pessoas surdas no SUS.

O Governo do Amapá deu um passo histórico pela inclusão neste sábado, 16, ao apresentar a Central de Tradutores e Intérpretes de Libras (Cilsaúde). O novo serviço vai assegurar que pessoas surdas tenham atendimento acessível, humanizado e sem barreiras de comunicação na rede pública de saúde, ampliando o direito ao cuidado integral no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Hoje nós inauguramos um importante instrumento de gestão, entregando à sociedade amapaense a Central de Intérpretes em Libras da Saúde. Esse é um pleito reivindicado há bastante tempo pela comunidade surda do estado. E hoje o Governo do Amapá faz essa importante entrega”, celebrou a secretária de Estado da Saúde, Nair Mota, durante a solenidade realizada no auditório do Ministério Público do Amapá.
A Central vai funcionar de forma presencial, na sede da Sesa, de 8h às 18h, e também remotamente, por videochamada, em situações emergenciais. O serviço poderá ser acionado tanto pela comunidade surda quanto pelas unidades de saúde, com agendamento prévio. Segundo a secretária adjunta de Atenção à Saúde, Cássia Klein, a criação da Cilsaúde nasceu a partir da escuta direta dos pacientes.

“Um paciente surdo me procurou relatando as dificuldades que enfrenta para ser atendido na rede. Esse relato sensibilizou a mim e à secretária Nair e nos fez perceber a urgência em estruturar uma central dinâmica, que funcione de acordo com as necessidades da comunidade. Queremos que os surdos saibam que agora podem contar com intérpretes fluentes em Libras dentro das nossas unidades”, destacou.
O coordenador da Cilsaúde e responsável técnico de Libras na Sesa, Wesley Ribeiro, ressaltou que a iniciativa está apenas começando e será constantemente aprimorada. A ideia é
"Estamos aqui para ouvir e desenvolver o melhor para a comunidade surda. O projeto nasceu da necessidade desse público no Amapá e vai funcionar sempre que solicitado, seja nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], no Hospital de Emergência, na Maternidade, no Hcal [Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima] ou em outras unidades de saúde", explicou.

Durante a programação, também foram realizadas palestras sobre saúde mental, outra demanda apresentada pela comunidade surda. A bancária Dayse dos Santos, que é surda, destacou a importância da acessibilidade, especialmente para as mulheres.
“Eu acho fundamental termos intérpretes. Imagine em uma consulta ginecológica: muitas vezes precisamos falar sobre informações íntimas e importantes. Sem o intérprete, não conseguimos nos comunicar. Eu espero que essa central dê certo e que realmente funcione”, afirmou.

O Ministério Público do Amapá (MP-AP) também é parceiro da iniciativa. Para o promotor de justiça, Wueber Penafort, o projeto simboliza um avanço histórico na saúde pública e nos direitos dos cidadãos surdos.

“É muito comum chegar a uma unidade de saúde e não encontrar profissionais que saibam sequer o básico da Língua de Sinais. Esse projeto traz humanização, eficiência e profundidade ao atendimento. O MP vai acompanhar de perto para garantir que essa central se consolide e dê visibilidade também aos profissionais de Libras, que têm papel essencial nesse processo”, declarou.
Representando a comunidade surda, o instrutor do Senac, José Ronaldo, reforçou que o momento é um marco. “Para nós, surdos, ainda é difícil encontrar acessibilidade de verdade. Na saúde, essa dificuldade é ainda maior. Por isso, considero que hoje iniciamos um caminho muito importante. Apesar de sermos minoria, estamos em todos os espaços, e a acessibilidade precisa ser garantida”, disse.
Ao encerrar a cerimônia, a secretária Nair Mota reafirmou o compromisso do Governo do Amapá com a inclusão. “Por muito tempo, os surdos enfrentaram barreiras de diagnóstico e de tratamento. Hoje acreditamos que essas barreiras começaram a cair. A Central de Libras abre um novo caminho de acolhimento, respeito e inclusão. É a afirmação de que a saúde no Amapá é, de fato, para todos”, concluiu a gestora.
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