‘Antigamente não tinha torneio para jogarmos’, diz emocionado atleta indígena na 5ª edição da Copa Wajãpi apoiada pelo Governo do Amapá
Kupena Waiãpi, de 38 anos, mora na aldeia Aramirã e foi um dos participantes que demonstrou felicidade pela realização da atividade esportiva em seu território.
A realização da 5ª edição da Copa de Futebol Wajãpi, realizada pelo Governo do Amapá em parceria com a Prefeitura de Pedra Branca do Amapari, foi mais que uma atividade esportiva para os povos indígenas do território Wajãpi. Atletas como Kupena Waiãpi, de 38 anos, retrata como a valorização do esporte é importante para a preservação da cultura ao logo dos anos.
“Esses jogos indígenas são muito importantes para nós, porque há muito tempo praticamos esse esporte, esperamos que continue acontecendo. Antigamente não tinha torneio e nem estrutura para nós realizarmos essa atividade, então estamos felizes, e eu fiquei emocionado em ter participado”, comentou Kupena Waiãpi.
O torneio aconteceu no Estádio Pajé Maraca, na Aldeia Polo Aramirã, cerca de 183 quilômetros de Macapá, e reuniu aproximadamente 200 atletas indígenas representantes das aldeias Mariry, Manilha, Yvyrareta, Aramirã, Wakõwa, Tajauwyry, Okora'yry, Ytuwasu, Yvytõtõ e Amapari Wãnã.
Outro participante que veio de Macapá foi Wyrai Waiãpi, de 43 anos. O atleta explicou que joga futebol desde os 12 anos e que já havia participado das outras edições da Copa. Também revelou que esta seria sua última participação no campeonato, uma vez que agora dedica maior tempo aos estudos na cidade.
“Eu estudo enfermagem, aproveitei para vir com o time da cidade para participar da última Copa de Futebol que participarei, também aproveitei para ver a família. Me sinto feliz por ter vivido esse momento”, comentou Wyrai Waiãpi.
Os jogos dos povos originários representa uma das marcas da ancestralidade indígena no território Wajãpi. Em virtude disso, o Governo do Amapá busca fortalecer e valorizar a cultura para que costumes como as práticas esportivas sejam perpetuados nas gerações futuras, além de ser uma estratégia que pode integrar os atletas indígenas a demais competições.
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