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Derrubada dos mastros marca 'Domingo do Senhor' e encerramento do Ciclo do Marabaixo 2025, apoiado pelo Governo do Amapá

Este ano, o Ciclo do Marabaixo celebrou o centenário de Benedita Guilherma Ramos, a 'Tia Biló'. Programação é realizada pelas famílias tradicionais do estado.

Por Gabriel Penha
23/06/2025 11h20
Derruba do mastro no barracão que leva o nome de Tia Biló, homenageada no Ciclo do Marabaixo 2025

No domingo, 22, a derrubada dos mastros anunciou o encerramento do Ciclo do Marabaixo 2025, apoiado pelo Governo do Amapá. A programação aconteceu a partir das 18h, simultaneamente nos cinco barracões da área urbana de Macapá: Raízes da Favela (Dica Congó), Berço do Marabaixo, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic), Berço do Marabaixo, Marabaixo do Pavão e grupo Raimundo Ladislau.

Pela tradição, os mastros são derrubados no chamado ‘Domingo do Senhor’, após a celebração de Corpus Christi. Antes de derrubar um dos elementos mais fortes da tradição, famílias realizadoras e os marabaixeiros se uniram em oração ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, para agradecer as graças alcançadas e mais um ano de programação realizada.

Este ano, Governo do Amapá realizou investimento recorde no Ciclo do Marabaixo
Elísia Congó, coordenadora do grupo Raízes da Favela

“Hoje é o encerramento do Ciclo do Marabaixo, com a derrubada do mastro da Santíssima Trindade. Para nós, é momento de muita alegria, mas principalmente de muita gratidão, por todas as bênçãos conseguidas até aqui”, diz a marabaixeira Elisia Congó, do grupo Raízes da Favela.

No barracão Azebic, a fé e a gratidão também foram evidenciadas. Mesmo com a perna quebrada, a coordenadora Priscila Silva agradeceu e reforçou a fé.

“A sensação é de dever cumprido. A palavra não pode ser outra, se não gratidão, a todos que possibilitaram a realização de mais um Ciclo do Marabaixo”, destaca.

Marabaixeira Priscila Silva, coordenadora do grupo Azebic

No grupo Raimundo Ladislau, o movimento foi em frente ao barracão que tem o nome de Benedita Guilherma Ramos, a Tia Biló, cujo centenário é homenageado no Ciclo deste ano. Os integrantes fizeram as derrubadas dos mastros, unindo gerações e ajudando a perpetuar um momento tantas vezes testemunhado pela matriarca.

“O legado de Tia Biló vive em cada gesto, cada ritual que realizamos. Hoje se encerra o Ciclo do Marabaixo, mas o compromisso em manter viva a nossa tradição continua, é permanente e sinônimo de luta e resistência”, diz a neta de Guilerma Ramos, Laura Silva, a Laura do Marabaixo.

Derruba do mastro no barracão do Mestre Pavão, reúne familiares e marabaixeiros

Após a derruba dos mastros, as caixas rufaram e as saias rodaram nas rodas de marabaixo. Momentos de união de gerações e de exaltar e celebrar nossa cultura ancestral, de perpetuar a nossa mais autêntica manifestação cultural que hoje já é patrimônio do Brasil.

Investimento recorde em 2025

Em 2025, o Ciclo do Marabaixo celebrou o centenário de Benedita Guilherma Ramos, a "Tia Biló", matriarca do marabaixo do Laguinho, falecida em 2021, aos 96 anos. O Governo do Estado fez um investimento para o festejo, de R$ 2,5 milhões, fruto de recursos do Tesouro Estadual e de emenda destinada pelo senador Randolfe Rodrigues.

No grupo Azebic, as caixas rufaram para saudar o último dia de programação do Ciclo 2025

A programação é realizada pelas famílias tradicionais do Amapá, é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde novembro de 2018. Essa manifestação típica reúne danças de roda, percussão, cantigas que relatam o cotidiano da população quilombola amapaense, somadas às festas do catolicismo popular, e inicia sempre no Sábado de Aleluia e se estende até o domingo seguinte a Corpus Christi, este ano, de 19 de abril a 22 de junho.

Diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, acompanhou o encerramento nos barracões

“Foram quase três meses de uma programação extensa. Foi um investimento grandioso, para além do toque das caixas, para projetos e ações que seguem sendo executadas até o fim do ano. Esse é um governo que valoriza e apoia suas raízes e identidade cultural”, destaca a diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, que acompanhou o encerramento nos barracões.

Na zona rural, a derrubada dos mastros e encerramento da programação ocorreu no sábado, 21, nos barracões da Campina Grande e Santíssima Trindade da Casa Grande.

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ÁREA: Cultura