Entre tesouras, passos de quadrilha e coroas de miss, cabeleireiro celebra tradição junina do Arraiá do Povo, do Governo do Amapá
Argeu Barbosa, de 28 anos, mantém viva a tradição junina durante as festividades promovidas em Macapá.

O Arraiá do Povo do Governo do Amapá começa nesta sexta-feira, 27, com fortalecimento da cultura junina, empreendedorismo e tradição de profissionais como o cabeleireiro Argeu Barbosa, de 28 anos. Em meio ao som dos secadores, tesouras e conversas animadas dos clientes, o profissional atua na preparação de quadrilheiros e candidatas a Miss Caipira e celebra a transformação de vidas na comunidade durante as festividades em Macapá.
“O movimento no salão melhora nessa época, porque as pessoas querem estar bonitas para as festas, para os arraiais. Além dos cortes e penteados, também preparo as candidatas para o concurso de Miss Caipira, desde a produção de beleza até a escolha dos figurinos. E, ao mesmo tempo, isso ajuda a quadrilha, porque parte do que ganho aqui também vai para custear figurino e estrutura. É um ciclo que fortalece todo mundo”, explica Barbosa.

Dono de um salão de beleza tradicional no bairro Pacoval, na Zona Norte de Macapá, Argeu é muito mais do que um profissional da estética, é também um líder cultural. Há anos, ele concilia sua paixão pelo universo da beleza com a dedicação à quadrilha junina que comanda, a Estrela do Norte. Uma missão que vai muito além dos ensaios e apresentações, Argeu vê o São João como resistência cultural, inclusão, alegria e um fio que costura histórias de gerações.
“Aqui, todo mundo aprende que quadrilha não é só dança, e miss não é só beleza. É disciplina, autoestima, amizade, respeito e amor pela nossa história. E também é trabalho, porque movimenta costureiras, maquiadores, quem faz comidas típicas, quem aluga som, quem vende acessórios. É uma rede que se fortalece”, reforça Argeu.

Em um contexto onde a economia do Amapá dá sinais de fortalecimento, especialmente com o incentivo do Governo do Estado ao empreendedorismo, à cultura e às atividades comunitárias, iniciativas como a de Argeu ganham ainda mais relevância. O aquecimento da economia local, impulsionado pelo Arraiá do Povo, reflete diretamente na vida de profissionais que unem trabalho e tradição para gerar renda e fortalecer a identidade cultural.
“Manter essa tradição é mais que amor, é compromisso com a nossa cultura. Cada ensaio e cada produção de uma Miss é uma oportunidade de ver jovens, crianças e até os mais velhos se reencontrarem, se reconhecerem e se sentirem parte de algo maior”, destaca o profissional.
Paixão que atravessa gerações e movimenta a economia criativa
Mesmo com os desafios dos tempos modernos, como a influência das redes sociais e a rotina acelerada, Argeu não abre mão de reunir seus quadrilheiros e misses todos os anos. Com ele, o São João não morre, não esfria e nunca sai de cena. Os bastidores vão muito além dos passos bem ensaiados, são semanas de costura de figurinos, montagem de cenários, definição de músicas, ensaios das candidatas e, principalmente, arrecadação de recursos.
“Quando vejo a quadrilha entrar no arraial, toda arrumada, com aquele sorriso no rosto, ou a Miss subir no palco cheia de orgulho e representando nossa comunidade, tudo faz sentido. É o nosso momento de dizer: a cultura vive, e ela é nossa”, emociona-se Argeu.

Arraiá do Povo
O Arraiá do Povo 2025 é organizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e terá 6 dias de evento gratuito envolvendo grupos dos 16 municípios do Amapá. A programação inicia nesta sexta-feira, 27, e segue até 2 de julho no Corpo de Bombeiros Militar da Zona Norte de Macapá.
A tradição, que chegou ao estado há mais de 80 anos, é um dos festejos mais celebrados pelos amapaenses. A Cidade Junina foi montada exclusivamente para receber grupos que participam dos campeonatos municipal e estadual, com cerca de 60 apresentações.
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