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PATRIMÔNIO CULTURAL

‘Potencializa a nossa Amazônia negra e apresenta para o mundo’, diz governador do Amapá ao reconhecer Carlinhos Brown como embaixador do Marabaixo

Clécio Luís também homenageou 120 tocadores com a honraria Mestre Jorge, destacando a força simbólica e ancestral da cultura afro-amapaense.

Por Winicius Tavares
27/05/2025 09h21
Carlinhos Brown recebe o título de Embaixador do Marabaixo das mãos do governador Clécio Luís

Ao entregar o título de Embaixador do Marabaixo ao artista Carlinhos Brown, e homenagear 120 tocadores de caixas e instrumentos de batuque com a honraria Mestre Jorge, nesta segunda-feira, 26, o governador do Amapá, Clécio Luís, destacou a importância de unir prática e simbologia no fortalecimento da identidade afro-amapaense.

Segundo o governador, a presença constante de Brown no estado e o reconhecimento dos fazedores de cultura refletem o compromisso do Governo do Amapá em valorizar a Amazônia Negra e projetar o estado a partir de suas raízes mais autênticas. 

Clécio Luís e Brown durante homenagem que reconhece papel do artista na valorização da Amazônia Negra

“Carlinhos está há quase um ano e meio vindo ao Amapá, fazendo imersões, de Mazagão até a região da Pedreira, para ser um embaixador com autoridade. Ser porta-voz e potencializar a nossa Amazônia negra, apresentando para o mundo nossa cultura, história e os caminhos da economia. Além do Brown, tem algo muito mais importante, que é o reconhecimento dos nossos, o que faz sentido para tudo aquilo que pensamos, fazemos e sonhamos”, destacou Clécio Luís.

Tocadores de caixas de marabaixo e instrumentos de batuque são homenageados com a honraria Mestre Jorge

Em forma de gratidão pelo gesto de reconhecimento, Carlinhos Brown retribuiu com música. Na voz e no violão, apresentou "Ashansu", canção que, segundo ele, representa a resiliência de um povo que cruzou distâncias, firmou raízes e se tornou semeador de futuro. A palavra “ashansu” vem de línguas africanas e remete à ideia de força vital e ancestralidade.

Brown não cantou sozinho. Foi acompanhado pelos batuques marcantes dos marabaxeiros e pelas vozes do público, que se uniram em uma só. O momento transformou-se em um encontro entre gerações, sons e histórias, onde a ancestralidade ecoou por meio das caixas de marabaixo, reforçando a potência de uma cultura viva, pulsante e compartilhada.

Carlinhos Brown se apresenta com a canção “Ashansu”, acompanhado pelos marabaxeiros

“Eu, neste momento, em gratidão à honra que toda a família me concede, quero deixar claro que eu sou um alongador da estrada. Eu levo o olhar de vocês. Meu olhar é um espelho do que vi. E o que vi tem extrema riqueza para ser dividida com outras pessoas. Afinal, vocês nunca foram excluídos de nenhuma posição. Vocês nunca estiveram distantes. Vocês foram escolhidos para fomentar, para recriar, para readaptar o mundo através dos seus ritmos”, declarou o artista.

Público acompanha com emoção a entrega das homenagens e a apresentação musical

Honraria Mestre Jorge

O prêmio Mestre Jorge homenageia José Jorge da Silva, um dos precursores da cultura mazaganense, falecido em 2020 em decorrência da Covid-19. Após reconhecer os barracões na primeira edição, nesta segunda edição a honraria passou a ser concedida aos tocadores de caixas de marabaixo e de instrumentos de batuque, em reconhecimento à manutenção das tradições afro-amapaenses.

O presidente da Academia Amapaense de Batuque e Marabaixo, Marcelo Coimbra expôs o pedido especial para que essa segunda edição homenageasse aqueles que, por meio do toque dos instrumentos, transmitem comunicação, ancestralidade, espiritualidade e alegria, mantendo vivas as saias, os cantos e a cultura, e fazendo toda a população se alegrar. 

Marcelo Coimbra, da Academia Amapaense de Batuque e Marabaixo, fala da importância da honraria Mestre Jorge

“Esse momento, além de importante para a academia, é importante para toda a nossa cultura, para todas as nossas comunidades, para todo o povo amapaense. O marabaixo é patrimônio imaterial do Brasil, mas ele é, fundamentalmente, patrimônio cultural do coração, da alma e do espírito de cada um aqui", enfatizou Coimbra.

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