'Quero muito ser artista', diz estudante autista que usa o tempo da quarentena para desenhar
João Félix é estudante do Colégio Amapaense e já foi convidado para desenhar no muro da escola e aguarda ansioso o dia.
João levou o prazer por desenhos tão a sério que começou a fazer sucesso entre colegas.
Obedecendo a recomendação dos principais órgãos mundiais de saúde e das autoridades locais, os amapaenses tiveram que ter suas vidas mudadas de uma hora para outra em prol de um bem maior, a vida. Com as medidas adotadas, escolas da rede pública estadual tiveram que paralisar e seus estudantes passaram a se adaptar com estudo em casa.
A Secretaria de Estado da Educação tem realizado treinamento e disponibilizado plataformas digitais para que os alunos não fiquem sem realizar nenhuma tarefa escolar durante o período de quarentena. Alunos como o João Félix Pereira, de 17 anos, estão conseguindo ir muito além do aprendizado.
Desde os 5 anos, quando foi diagnosticado com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), João Félix, que hoje é estudante do 2º da Escola Estadual do Novo Saber Colégio Amapaense, sempre teve que lidar com as dificuldades e para isso aprendeu a focar naquilo que lhe dava mais prazer, além de estudar, segundo conta o seu pai, o senhor Ivan Nascimento, de 60 anos.
“Tínhamos certos trabalhos com ele na escola, muitas vezes envolvendo brigas entre colegas. As outras crianças não o entendiam, portanto, praticavam brincadeiras pesadas com ele. Em casa, João gostava de pegar lápis e desenhar como uma forma de extravasar. Aos 10 anos, ele teve que aprender a lidar com a ausência da mãe, o que fez com que ele ficasse mais ligado a mim”, contou Ivan Nascimento.
João levou o prazer por desenhos tão a sério que começou a fazer sucesso entre colegas passando a ser procurado para desenhar para outras pessoas. Aos 17 anos, o estudante conta que sabe muito bem onde quer chegar.
“Desenhar me deixa tranquilo, por isso que eu dedico minha vida para aprender e aperfeiçoar meu dom para ir cada vez mais longe. No futuro é ser um grade pintor, grande artista”, disse o jovem.
A casa onde João e o seu pai moram é bem simples, mas muito aconchegante para apenas os dois. Em um dos cantos do móvel fica localizado o espaço onde João dedica todo o seu tempo para produzir os mais variados desenhos. Seus favoritos são os de Histórias em Quadrinhos (HQ) e games.
“Na escola, onde eu gosto de ir todo o santo dia, também desenho e recebo apoio dos professores. Como estamos sem aulas, eu desenho todos os dias aqui em casa, mas também descanso”, falou o estudante ao mostrar os mais de 30 desenhos feitos nessa quarentena.
Na condição de autista, João não fica limitado a compreender as coisas. O pai, sr. Ivan, contou que o filho consegue sair para onde quer, voltar e, nesse período de isolamento social, aprendeu até a guardar dinheiro.
“Meu filho toma conta do próprio dinheiro, sabe como economizar e quando precisa comprar mais materiais para desenhar, ele sai e compra”, comentou Ivan Nascimento.
Abaixo segue alguns dos desenho do estudante que pretende expor nas redes sociais e coloca-los à venda.
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