COP Quilombola da Amazônia acontece no Amapá e reforça luta pela titulação dos territórios
Governo do Estado realiza encontro que prepara comunidades para a COP30 e fortalece a participação quilombola nos debates climáticos até sexta-feira, 26.

O Amapá vive, nesta terça-feira, 23, o segundo dia da COP Quilombola da Amazônia, encontro que reúne lideranças tradicionais, gestores e representantes de entidades nacionais e internacionais para discutir a participação dos povos quilombolas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, em Belém (PA).

Mais do que debates técnicos, o evento tem sido marcado pelo protagonismo de vozes quilombolas. Entre elas, a de Raimunda Corrêa de Sousa, da comunidade de São Pedro dos Bois, a cerca de 70 km de Macapá. Para ela, a oportunidade de participar da conferência no Centro de Cultura Negra do Amapá (CCNA) é de grande importância.
“Esse encontro é maravilhoso, traz união e paz. Estou aprendendo muito sobre a pauta da COP 30 e quero levar esse conhecimento para minha comunidade. Nós somos a Amazônia e é importante que todas as gerações, dos jovens aos mais velhos, entendam o que significa esse momento. Só tenho gratidão ao governo e às entidades que organizaram esse evento, pois somos nós, quilombolas, que preservamos a amazônia", disse dona Raimunda.

Com o tema “Não há justiça climática sem quilombo titulado”, a conferência traz para o centro do debate a luta quilombola pelo reconhecimento, valorização e titulação de seus territórios. Justiça climática, combate ao racismo, sustentabilidade e direitos humanos são os principais eixos que orientam os painéis, plenárias e mesas temáticas programadas até a sexta-feira, 26.
A iniciativa faz parte da agenda nacional de constituição da COP 30, com etapas em diferentes estados da Amazônia Legal. Segundo a diretora-presidente da Fundação Estadual de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Feppir - Fundação Marabaixo), Josilana Santos, o apoio integral do Governo do Amapá demonstra compromisso direto com as comunidades quilombolas.

“Somos o estado mais preservado da Amazônia, temos uma população negra de destaque na região e estamos fortalecendo a representatividade quilombola. O governador Clécio Luís compreende que não existe justiça climática sem o direito ao território titulado. O Amapá está investindo nos eventos preparatórios e se consolidando como referência para a COP-30”, destacou.
O coordenador executivo da juventude quilombola nacional, Andrey Santos, ressaltou a importância da construção coletiva.
“Essa pré-COP só é possível porque o Governo do Amapá e a Fundação Marabaixo garantiram apoio e estrutura. Reunimos quilombolas de todo o Brasil e até representações internacionais, da Colômbia e do Peru. É um espaço de luta e resistência que mostra a força do nosso povo”, disse.

Segundo dia da COP Quilombola da Amazônia
Estão confirmadas lideranças de 20 estados brasileiros, além de representantes da Colômbia e do Peru, entidades como a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Instituto Socioambiental (ISA), Malungu e CITAFRO, entre outras. Durante a programação, será elaborada a Carta do Amapá, documento coletivo que trará as expectativas e demandas das comunidades quilombolas para a COP-30.
Com atividades culturais, rodas de conversa, plenárias e debates, a COP Quilombola da Amazônia reafirma o papel do Amapá como protagonista na luta por igualdade racial e justiça climática, preparando o estado e as comunidades quilombolas da região para ocuparem seu espaço no maior encontro climático do mundo.
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